Adolescente Ana Cristina tinha 15 anos. Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
Da Redação
A Justiça Estadual de Olímpia condenou Adriano José da Silva por estupro seguido de morte e ocultação de cadáver, impondo uma pena de 31 anos de reclusão em regime inicial fechado.
A sentença foi prolatada na última segunda-feira, 18/12/2023, sendo que o condenado ainda teve as agravantes de motivo torpe, meio cruel e violência doméstica.
O ex-padastro da vítima ainda será julgado no dia 19 de fevereiro de 2024 por estupro de vulnerável, já que há suspeita de que ele praticou o crime contra Ana Cristina entre os anos de 2012 e 2022, quando ela tinha entre quatro e 14 anos.
Em depoimento, ele confessou e disse que cometeu o crime por medo de que a jovem contasse que era abusada sexualmente por ele e para se vingar da mãe.
O caso
A Polícia Civil encontrou o corpo da adolescente Ana Cristina da Silva, de 15 anos de idade, que estava desaparecida desde o dia 27 em Rio Preto. Ela foi localizada enterrada às margens da rodovia Feliciano Salles Cunha, entre Mirassol e Neves Paulista.
A localização ocorreu após os policiais prenderem o padrasto em Olímpia, na sexta-feira, 04/07/2023, que tentava empreender fuga. Ele apontou o local onde estava o corpo, chegou a confessar o crime e disse que temia que ela revelasse supostos abusos sexuais.
O acusado vive com a mãe da vítima há cerca de três anos e a acompanhou durante a elaboração do Boletim de Ocorrência de Desaparecimento na Polícia. Ele foi preso preventivamente e está à disposição da Justiça. Além desta acusação (homicídio e ocultação de cadáver), ele já responde por outro crime de estupro.
A carta
A mãe da adolescente Ana Cristina da Silva, de 15 anos, que foi estuprada, assassinada e enterrada pelo ex-padrasto, divulgou uma carta que ela encontrou na casa que em que moravam mãe, filha e o irmão, em Rio Preto.
Carla Cristina da Silva do Nascimento confirmou que a missiva da filha mostra que ela sofria estupros por parte de André José da Silva, de 37 anos, desde os quatro anos de idade e que nunca ela contou para ninguém, inclusive para a própria mãe. Na carta Ana Cristina afirma que tinha medo e se sentia fraca e que não denunciava os crimes porque iria acabar sendo a 'culpada'. Carla e André tiveram um relacionamento por 12 anos e há três meses eles se separaram.
Em um trecho a adolescente relata que "só queria viver em paz, mas não dá. Eu odeio o fato da minha existência, eu já pensei, mas se eu abrir a boca, vai tudo piorar e a culpada vai ser eu. Abusada desde os 4 anos de idade, eu nunca falei para a minha mãe, para ninguém. Até hoje eu sou muito fraca”.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Rio Preto já encontrou outras provas e o ex-padrasto também confessou os crimes. Ele foi preso preventivamente e está à disposição da Justiça, detido na carceragem da Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC). Além desta acusação (homicídio e ocultação de cadáver), ele já responde por outro crime de estupro.
“Eu só queria viver em paz, mas não dá. Eu odeio o fato da minha existência, eu já pensei, mas se eu abrir a boca, vai tudo piorar e a culpada vai ser eu. Abusada desde os 4 anos de idade, eu nunca falei para a minha mãe, para ninguém. Até hoje eu sou muito fraca”.
Parte da Carta que Ana Cristina deixou escondida em casa.
“Me dói muito. Eu estou de um jeito que como só para comer, vivo só por viver. Estou tentando trabalhar, mas não consigo. Tenho crises fortes de ansiedade e de choro. Dói tanto meu coração que tem momentos que não consigo ficar em pé”.
Desabafou da mãe que velou o corpo da filha na data do próprio aniversário.