Artigo: Avaliação Institucional Participativa: um instrumento de deliberação coletiva
Por: Prof. Me. Gilberto Abreu de Oliveira
A gestão escolar tem se transformado cada dia que passa com inúmeras demandas que exigem maior aperfeiçoamento dos seus agentes. Para lidar com tantas situações, exige-se maior reflexão sobre as práticas realizadas ao longo dos anos letivos. Como de costume e a fim de aferir como foram os trabalhos ao longo do período letivo, as escolas realizam, costumeiramente em dezembro, suas respectivas Avaliações Institucionais.
Só se fortalece a democracia brasileira se houver fortalecimento de suas instituições democráticas. A escola não pode ser entendida fora deste contexto. Neste sentido, é fundamental que haja o maior número de participantes possível para que se possa se ter uma visão panorâmica da situação escolar.
Seguido as orientações de órgãos como Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Estadual de Educação, INEP e Ministério da Educação a rede de escolas tem se esforçado a realizar um trabalho de conscientização, mobilização e execução de uma atividade avaliativa que se mostre participativa, deliberativa e ao mesmo tempo ofereça instrumentos práticos para produção de um Plano de Ação Escolar para o ano seguinte.
Neste sentido, as Equipes Gestoras, organizam a escola em um (ou dois) dia (s) específico (s), já reservado (s) em calendário, para que haja, em grupos de trabalho, por eixos temáticos, as reflexões, discussões e proposições de ações que poderão ser aplicadas, se aprovadas em plenária no ano seguinte. A partir deste momento de reflexão e discussão, ocorre-se a apresentação coletiva das questões que mais foram pertinentes em cada um dos eixos a fim de se propor e pensar coletivamente em ações que possam ser apropriadas no Plano de Ação.
Tais atividades não devem ser entendidas como enfadonhas, cansativas ou até sem sentido, é preciso crer que o trabalho coletivo e participativo a partir da troca de experiências e sugestões contribuir, mesmo que minimamente, para o fortalecimento da escola como ponto central da democratização da sociedade.
A exemplo dessa situação, nossa unidade escolar, realiza tradicionalmente desde 2016 este formato de avaliação como instrumento de deliberação coletiva . Tais práticas gera um senso de dever e cooperação junto à comunidade que, conseguiu nos últimos anos, muitos ganhos, como melhorias de infraestrutura além de mobiliário. Para além de conquistas materiais, o percurso e as relações sociais também foram beneficiados por tais ações coletivas dinamizando e oportunizando aos servidores e docentes momentos de reflexão e ação.
Feito este procedimento, a Gestão escolar cataloga as sugestões em planilhas de monitoramento proposto a partir das ideias da Plenária, e sempre no início do ano, apresenta a síntese deste momento ao Conselho de Escola para apreciação, ajustes e aprovação. A partir daí a escola tem um Plano de Ação Coletiva para o ano letivo proposto a partir da contribuição de cada membro da comunidade escolar, tornando os participantes corresponsáveis pelo desenvolvimento e monitoramento das ações propostas.
Por mais difícil e complexa que possa ser, a possibilidade de haver a participação da comunidade, seja com indicações de melhorias via formulários online, seja com a participação presencial, é fundamental para que a escola que queremos e a educação que buscamos seja cada vez mais plural, democrática e voltada para cidadania.
Forte abraço. Boas reflexões e ótimas ações coletivas neste ano!
Prof. Me. Gilberto Abreu de Oliveira - Licenciado em História, Mestre em Pedagogia e Diretor de Escola Pública
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