MINUTINHO
Procura-se criança desaparecida
Por: Antonio Carlos Piesigilli
Criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos.
Ela pulava, ria e ficava feliz com brinquedos velhos. Chupava chupeta, pulava amarelinha, jogava pião, brincava na chuva, corria nas calçadas, subia nas árvores. Vibrava quando ganhava brinquedos novos. Dava vida a latinhas, tampinhas, soldadinhos de chumbo, bonecas. Brincava de médico, era enfermeira ou paciente. Jogava botão. Colecionava pedrinhas, figurinhas, devorava ovos de páscoa. Ah, escrevia cartinhas pra Papai Noel. Soltava balões e brincava de “passa anel”.
Batia palmas no circo, adorava zoológico, brincava de roda, ficava feliz quando se empanturrava de sorvete.
Ela se emocionava ao ouvir histórias contadas pela mãe.
Imagem: Reprodução
Fazia beicinho quando a professora a colocava de castigo, mas era feliz com seus amigos, sua pureza sua inocência.
Onde ela está? Para onde foi?
Quem a vir, venha nos falar.
Ainda é tempo de fazermos com que ela reviva, retomando um pouco a alegria da infância e deixando a alma dar gargalhadas.
Pois, afinal, “ainda que as uvas se transformem em passas, o coração é sempre uma criança disposta a pular corda”.
Para não deixar morrer essa criança que todos temos dentro de nós, deixe-a sair, sonhar, empinar papagaios porque isso é uma das poucas coisas que não custam nada.
CRÔNICA
Amor conjugal
Por: Redação do Momento Espírita
O grande rei dos persas, Ciro, durante uma de suas campanhas guerreiras, dominou o exército da Líbia e aprisionou um príncipe.
Levado à presença do conquistador, ajoelhou-se perante ele o príncipe, e assim também os seus filhos e sua esposa. Os soldados vencedores, os generais da batalha, ministros e toda uma corte se juntaram para tomar conhecimento da sentença real.
O rei persa coçou o queixo, olhou longamente para aquela família à sua frente, à espera de sua decisão e perguntou ao nobre pai de família:
- Se eu te disser que te concederei a liberdade, o que poderias me oferecer em troca?
Rapidamente respondeu o prisioneiro:
- Metade do meu reino.
Ciro continuou, paciente, a interrogar:
- E se eu te oferecer a liberdade dos teus filhos, que me darás?
Ainda rápido, tornou a responder:
- A outra metade do meu reino.
Ainda calmo, o conquistador lhe lançou a terceira pergunta:
- E o que me darás, então, em troca da vida de tua esposa?
O príncipe sentiu o coração pulsar rapidamente no peito, parecendo arrebentar a musculatura. O sangue lhe subiu ao rosto, as pernas fraquejaram.
Reconhecia que, no anseio da liberdade dos seus, tinha oferecido tudo, sem se recordar da companheira de tantos anos, sua esposa e mãe dos seus filhos.
Foi só um momento mas para todos pareceu uma eternidade. Um sussurro crescente tomou conta do ambiente, pois cada qual ficou a imaginar o que faria agora o vencido.
Após aquele momento fugaz, ele tornou a erguer a cabeça e com voz firme, clara, que ressoou em todo o salão, disse:
- Alteza, entrego a mim mesmo pela liberdade de minha esposa.
O grande rei ficou surpreso com a resposta e decidiu conceder a liberdade para toda a família.
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