CRÔNICA: A última gota é a que transborda

CRÔNICA: A última gota é a que transborda

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Publicada há 3 semanas

MINUTINHO

Um dia

Por: Chico Xavier / Emmanuel

Um dia verás a ti mesmo em plano diferente.

Parecer-te-á, então, haver acordado de um sono profundo e, por isso mesmo, tudo te surpreenderá. Amigos que não vias, há muito tempo, se aproximarão de ti, estendendo-te as mãos. Perguntarás a vários deles: onde estavas que não mais te encontrei? Por que te distanciaste de mim? Todos te abraçarão, com a alegria a lhes fulgurar nos olhos, Fitarás as árvores carinhosamente podadas, formando corações que palpitarão de vida, plantas outras, mostrando as frondes entrelaçadas, lembrando mãos que se tocam afetuosamente. Respirarás profundamente, reconhecendo, assim, as qualidades nutrientes do ambiente em que te virás.

Naquela festa de almas, porém, um homem de olhar manso desce de um torreão brilhante e caminha na direção dele.

Em vão, o recém-chegado tenta retirar dele os olhos magnetizados pelo amor que o desconhecido irradia. Ele caminha serenamente a fixá-lo com bondade, com a familiaridade de quem o conhecia.

- Ah! – pensou o recém-vindo - decerto que este amigo me conhece, de longo tempo.

A custo, venceu a própria indecisão, e indagou do companheiro mais próximo:

- Quem é este homem que está chegando até nós?

- É o Mensageiro da Vida!

Não houve tempo para outras inquirições.

Efetivamente, aquela simpática e estranha personagem lhe endereçou saudações fraternas e segurando-lhe a destra, qual se nela conseguisse ler todas as minudências da sua vida, não lhe perguntou pelo próprio nome, nada arguiu quanto à família a que pertencera ou à posição que exercera... Apenas pousou nele demoradamente os olhos azuis e perguntou-lhe:

-Amigo, o que fizeste? 

CRÔNICA

A última gota é a que transborda

Por: Autoria desconhecida

Às vezes nos irritamos com reações exageradas de nosso próximo, do nosso amigo, da companheira, enfim... Afinal fizemos apenas um pequeno comentário, uma brincadeira de somenos, só para “aliviar o ambiente” e eis que a pessoa chora ou se revolta com aquela “pequena atitude”. 

Mas as situações não são tão simples assim! É preciso analisar melhor, sempre, tudo o que nos ocorre.

Uma lenda do deserto conta a história de um homem que ia mudar-se de oásis, e começou a carregar o seu camelo. Colocou os tapetes, os utensílios de cozinha, os baús de roupas - e o camelo aguentava tudo. Quando ia saindo, lembrou-se de uma linda pena azul que seu pai lhe tinha presenteado. Resolveu pegá-la e a colocou em cima do camelo. Neste momento, o animal arriou com o peso e morreu.

- Meu camelo não aguentou o peso de uma pena - clamou o homem eremita.

 Às vezes pensamos o mesmo do nosso próximo - sem entender que nossa brincadeira pode ter sido a gota que transbordou a taça do sofrimento. Que aquelas palavras inocentes e cuja finalidade era outra, apenas aflora um turbilhão de sentimentos contidos no âmago do nosso semelhante. 

Por isso, toda a precaução com o uso das palavras sempre. Como já clamara um sábio, nossas palavras são como penas ao vento. Após soltas, não há como juntá-las novamente.

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