MINUTINHO
Lugar depois da morte
Por: Emmanuel / Chico Xavier
Muitas vezes perguntas, na Terra, para onde seguirás, quando a morte venha a surgir...
Anseias, decerto, a ilha do repouso ou o lar da união com aqueles que mais amas...
Sonhas o acesso à felicidade, à maneira da criança que suspira pelo colo materno...
Isso, porém, é fácil de conhecer.
Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações. Nos compromissos no plano familiar; nas responsabilidades da vida pública; no campo dos negócios materiais; na luta pelo próprio sustento...
O dever, no entanto, é impositivo da educação que nos obriga a parecer o que ainda não somos, para sermos, em liberdade, aquilo que realmente devemos ser.
Não olvides, assim, enobrecer e iluminar o tempo que te pertence.
Não nos propomos nivelar homens e animais; contudo, numa comparação reconhecidamente incompleta, imaginemos seres outros da natureza trazidos ao regime do espírito encarnado na esfera física.
O cavalo atrelado ao carro, quando entregue ao descanso, corre à pastagem, onde se refocila na satisfação dos próprios impulsos.
A serpente, presa para cooperar na fabricação de soro antiofídico, se for libertada, desliza para a toca, onde reconstituirá o próprio veneno.
O corvo, detido para observações, quando solto, volve à imundície.
A abelha, retida em observação de apicultura, ao desembaraçar-se, torna, incontinenti, à colmeia e ao trabalho.
A andorinha engaiolada para estudo, tão logo se veja fora da grade, voa no rumo da primavera.
Se desejas saber quem és, observa o que pensas, quando estás sem ninguém; e se queres conhecer o lugar que te espera, depois da morte, examina o que fazes contigo mesmo nas horas livres.
CRÔNICA
Viagem além do corpo
Por: Márlio Lamha
“Eu já tinha levado uma anestesia geral, já estava inconsciente quando me senti dentro de um túnel muito escuro. Só lá no fundo é que eu conseguia enxergar uma luz branca, muito pequena, e que ia aumentando de tamanho conforme eu caminhava”, recorda.
Durante essa sua jornada, Otto sentia a presença de outro alguém, que caminhava ao seu lado pelo túnel. Mas ele jamais conseguiu identificar quem era essa pessoa que lhe fazia companhia.
“Nós andávamos juntos, mas eu não conseguia ver seu rosto, nem saber se era homem ou mulher. Sei que era guiado por ele nesse túnel. Então, quando chegamos bem perto da luz branca e veio a claridade total, essa pessoa indefinida me levou até Deus”, remonta.
Foi nessa hora que Otto se viu em um momento decisivo.
“Quando vi Deus, disse a Ele que ainda não era hora de partir. Falei que eu tinha muita coisa pra fazer aqui e pedi para continuar vivendo. Acho que foi nessa hora que acabei voltando, sem que Deus me respondesse nada”, conta.
Durante as 30 horas de coma, os médicos tentaram de tudo para reanimar Otto, sem obter êxito. Foi quando o médico disse à esposa de Otto que já não havia mais nada a fazer. A única alternativa estava na retirada dos aparelhos que o mantinham em estado vegetativo. Assim, existiriam duas consequências possíveis: ou Otto reagiria a esse impacto, voltando à vida ou, caso não apresentasse reação, faleceria. A esposa, familiares e a equipe médica assumiram o risco; desligaram os aparelhos e Otto renasceu.
Hoje, aos 58 anos, o professor e membro da diretoria de um importante colégio em São Paulo, sabe exatamente o que lhe fez pedir para Deus que permanecesse entre nós.
“Naquela época, meus filhos eram pequenos; o mais novo tinha três anos, o do meio seis e o mais velho tinha nove. Era só neles que eu pensava. Foi por eles que pedi a Deus pra me deixar ficar”, emociona-se.
Prova de que quando se tem uma missão na Terra, tudo é possível para que ela se realize.
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