OPINIÃO

Artigo: Norovírus: Um inimigo invisível que pode desencadear surtos e complicações

Artigo: Norovírus: Um inimigo invisível que pode desencadear surtos e complicações

Os riscos, sintomas e como prevenir essa infecção altamente contagiosa

Os riscos, sintomas e como prevenir essa infecção altamente contagiosa

Publicada há 1 dia

O Instituto Adolfo Lutz (IAL), referência em diagnóstico laboratorial no estado de São Paulo, confirmou na última quarta-feira (8) a presença de norovírus em amostras fecais coletadas na Baixada Santista. O anúncio reforça a preocupação com surtos dessa infecção viral altamente contagiosa, que pode causar gastroenterite aguda, afetando especialmente crianças pequenas e idosos.

O que é o Norovírus?

O norovírus, frequentemente chamado de "gripe estomacal" (apesar de não estar relacionado ao vírus da gripe), é um dos principais agentes de diarreia e vômitos em surtos epidêmicos. Ele se dissemina rapidamente por meio de contato direto, alimentos contaminados e superfícies infectadas.

Sintomas mais comuns: Diarreia, vômitos, náuseas e dores abdominais, que aparecem de 12 a 48 horas após a exposição.

Risco de desidratação: Principalmente em crianças menores de 5 anos e idosos, com sinais como diminuição do xixi, boca seca, tontura e sonolência.

Recorrência da infecção: Como existem diferentes tipos de norovírus, uma pessoa pode contrair a infecção várias vezes ao longo da vida.

Por que o Norovírus é tão preocupante?

"Além de ser altamente contagioso, o norovírus causa grande desconforto e pode levar a complicações sérias, como desidratação severa, especialmente em populações mais vulneráveis", alerta a Dra. Anna Bohn, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “A detecção pelo Instituto Adolfo Lutz é um alerta para reforçarmos os cuidados de prevenção.”

Como ocorre a transmissão?

O norovírus pode ser transmitido de diversas maneiras:

Contato direto com doentes ou com superfícies contaminadas.

Consumo de alimentos ou líquidos contaminados, incluindo frutos do mar crus.

Ambientes compartilhados, como buffets e festas, onde a manipulação de alimentos é comum.

Prevenção é a chave

A melhor forma de evitar a infecção é adotar medidas rigorosas de higiene:

Lave as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente antes de comer e após usar o banheiro.

Cozinhe bem os alimentos, principalmente frutos do mar.

Higienize frutas, verduras e legumes consumidos crus.

Desinfecte superfícies com produtos adequados.

Evite contato próximo com outras pessoas por até 48 horas após o desaparecimento dos sintomas.

De acordo com dados globais, o norovírus é responsável por cerca de 685 milhões de casos de gastroenterite por ano, destacando-se como uma das principais causas de surtos alimentares em eventos e ambientes fechados.

"A identificação recente do vírus na Baixada Santista deve servir como um chamado à conscientização", reforça a Dra. Anna. "Surtos podem ser evitados com medidas simples, mas eficazes."

Em caso de sintomas como vômitos persistentes, diarreia intensa ou sinais de desidratação, é fundamental procurar orientação médica, especialmente para crianças pequenas e idosos.

Por: Dra. Anna Dominguez Bohn - CRM SP 150 572 - RQE 106869/ 1068691, tem Registro pela Sociedade Brasileira de Pediatria Registro de Terapia Intensiva Pediátrica pela Associação de Medicina Intensiva; Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Residência em Pediatria e Terapia Intensiva Pediátrica pela Universidade de São Paulo; Curso de especialização em cardiointensivismo pelo Hospital SICK KIDS, Universidade de Toronto; Pós-graduação em Síndrome de Down pelo CEPEC - FMABC (centro de pesquisa e estudos) MBA em gestão de saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein Vice-presidente do Núcleo de Estudos da criança e adolescente com deficiência, Sociedade Paulista de Pediatria. É Pediatra do corpo clínico dos Hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio Libanês e Membra do Grupo Médico Assistencial sobre a pessoa com deficiência do Hospital Albert Einstein

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