SAÚDE
Novo exame de DNA-HPV permite detectar risco de câncer do colo do útero
Novo exame de DNA-HPV permite detectar risco de câncer do colo do útero
Médicos de Rio Preto lideram implementação que detecta com até 5 anos de antecedência
Médicos de Rio Preto lideram implementação que detecta com até 5 anos de antecedência
Os médicos patologistas Felipe Guedes e Ligia Vara, responsável pelo treinamento na rede pública para encaminhamento de pedidos ao novo protocolo de DNA / HPV. Foto: Arquivo pessoal
Da Redação
Uma revolução silenciosa na prevenção do câncer do colo do útero está em curso no Noroeste Paulista. Um novo protocolo de rastreamento com análise molecular de DNA-HPV, recentemente incorporado às diretrizes do Ministério da Saúde, permite identificar o risco de desenvolvimento de tumores com até cinco anos de antecedência — uma vantagem decisiva sobre o tradicional exame Papanicolau.
Na região, os médicos Felipe Guedes e Lígia Poleto Vara, através do Centro de Patologia Clínica – CPC – e Encodexa estão à frente da implementação dessa nova tecnologia, promovendo ações de capacitação e doação de kits de coleta para municípios que aderirem ao modelo.
O novo exame substitui a lâmina microscópica do Papanicolau por um teste molecular que identifica diretamente o DNA do vírus HPV, agente causador da maioria dos casos de câncer do colo do útero. A análise permite detectar 14 subtipos do vírus, inclusive os de alto risco oncológico, antes mesmo do surgimento de qualquer alteração celular.
“A principal mudança é a capacidade de detectar a infecção viral anos antes de ela causar qualquer lesão. Isso permite acompanhar as pacientes com antecedência e agir de forma preventiva, salvando vidas”, explica o patologista Dr. Felipe Guedes.
Após apresentar o protocolo em eventos científicos realizados em São José do Rio Preto e Penápolis, a médica patologista Dra. Lígia Poletto Vara deu início a uma etapa prática de treinamentos e implementação nos municípios.
A primeira cidade a receber o projeto foi Jales, onde foram doados 50 kits de coleta para realização dos exames, acompanhados de treinamento técnico sobre coleta, armazenamento e interpretação dos resultados conforme o novo algoritmo de rastreamento.
“Essa é uma ação conjunta entre o CPC e a Encodexa Rio Preto. Fornecemos os kits, o protocolo e o treinamento completo das equipes, seguindo as novas diretrizes do Ministério da Saúde. É uma forma de apoiar os municípios na adaptação a esse novo formato de rastreamento, mais eficiente e moderno”, detalha a Dra. Lígia Poletto Vara.
A iniciativa está sendo expandida para outras cidades do Noroeste Paulista, consolidando a região como pioneira na adoção do novo protocolo de rastreamento do câncer do colo do útero.
“Com essa tecnologia, conseguimos antever riscos e agir antes que o câncer se desenvolva. É uma mudança de paradigma na saúde feminina”, reforça Dr. Felipe Guedes.