Salvo alguma reviravolta de última hora em sua agenda — algo, convenhamos, nada incomum — o governador Tarcísio de Freitas deve desembarcar na região na próxima semana com a pompa de quem comanda o Estado mais rico do país. São R$ 382 bilhões previstos no Orçamento paulista de 2026, sendo R$ 30 bilhões destinados a investimentos. Um cardápio apetitoso para prefeitos anfitriões e lideranças ávidas por boas notícias.

A comitiva, com secretários, deputados e lideranças, chega com a Caravana 3D (Desenvolvimento, Dignidade e Diálogo), iniciativa que vem sendo usada pelo governo para estreitar laços com o interior e anunciar pacotes de obras e ações regionais. E, de fato, onde passou, o comboio deixou rastro de cifras vistosas: R$ 3,3 bilhões na região de Araçatuba; R$ 300 milhões em Sorocaba, e por aí vai.

Expectativa (contida) em Fernandópolis

Em Fernandópolis, o clima é de expectativa — e de cautela. Na cúpula da gestão João Paulo Cantarella e Marcos Mazeti, em apoiadores do Legislativo e populares há esperança de que algo vultoso e de concreto saia da visita, mas também o receio de que a passagem do governador por aqui cause decepção em comparativos com bonansas para outras cidades vizinhas ou de porte similar.

Em dez meses de administração municipal, Fernandópolis ainda não colheu nada de extraordinário junto ao Estado — apenas convênios e ações rotineiras, semelhantes às recebidas por outras cidades além de compromissos de injunções futuras.

Mas há uma cobrança legítima em jogo: nas urnas, Tarcísio foi amplamente vitorioso em Fernandópolis, conquistando 63% dos votos, contra 36% de Fernando Haddad (PT). Uma votação expressiva, superior até mesmo à obtida por João Paulo e Mazeti na eleição municipal dois anos depois (48%).

Politicamente, portanto, nada mais justo — e conveniente — do que retribuir o apoio com um anúncio robusto, à altura do entusiasmo antecipado pelos fernandopolense em 2022.

F5 político

• Um grupo político local já iniciou conversas para lançar dois nomes ao pleito de 2026 — um à Câmara dos Deputados, outro à Assembleia Legislativa Paulista. A articulação avança e o debate, agora, não é mais “se”, mas “quem”.
• Vadão Gomes está fora do páreo. Pessoas que privam do seu círculo íntimo asseguram que o ex-deputado não pretende disputar nenhum cargo eletivo no próximo ano, apesar de rumores insistentes publicados por parte da imprensa local.
• E quanto a Itamar Borges, Carlão Pignatari, Analice Fernandes e Campetti? Há espaço político para todos na região? Quem desfrutará das bençãos do governador? As respostas começarão a se desenhar justamente durante a visita de Tarcísio, que terá o desafio de equilibrar apoios e não ferir egos de aliados.

Por: Beto Iquegami - beto@oextra.net

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