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Dona 'Miúda': Fé e dom da bendição que até médicos indicam

Dona 'Miúda': Fé e dom da bendição que até médicos indicam

Publicada há 8 anos

Por João Leonel 


Natural de Campinas, a Sra. Aparecida Ramos David, de 72 anos de idade, a Dona "Miúda", é uma benzedeira muito conhecida em Fernandópolis, onde vive há aproximadamente 50 anos. Benze desde pequena. "Eu brincava de benzer. Desde meus 4, 5 anos eu já sabia que tinha esse dom. Eu já nasci com esse dom", diz Dona Miúda. Curar doenças e afastar todos os males: de mau-olhado ao Mal de Simioto (descrito pela medicina oficial como desnutrição energético-protéica). E males "do corpo e da alma", enfatiza. Crianças, adultos e idosos. Homens e mulheres. Moradores de Fernandópolis, de cidades vizinhas e até mesmo de outros países. "Já benzi pessoas do Canadá, do Japão. Elas vieram até a minha casa e me disseram que conheciam minha história", lembra. Quanto à religião, não diferencia nenhuma. "Podem me procurar pessoas de qualquer religião, eu não faço diferença entre nenhuma pessoa, rica ou pobre, católica, evangélica ou espírita. Até médicos mandam pacientes para serem benzidos por mim. Vou sempre até a Santa Casa benzer quem estiver precisando". Católica e devota de Nossa Senhora Aparecida, Dona Miúda conta, em detalhes, uma passagem que simboliza toda sua Fé em seu dom de bendição. Confira a seguir um pouco da história de vida de Aparecida Ramos David, ou simplesmente Dona Miúda, uma mulher simples, humilde e de uma espiritualidade muito além de nossa compreensão. Diversas pessoas a procuram diariamente no Bairro Ana Luiza.


OEXTRA: Quando surgiu seu "dom" para benzer?

MIÚDA: Desde pequena. Eu tinha 4 ou 5 anos, brincava de benzer. Benzia de tudo. Meus brinquedos, animais, meus familiares. Eu nasci com esse 'dom'. Mas foi depois que eu já estava casada e tinha meus filhos (Miúda é mãe de 7 filhos), quando ainda morava em Campinas, que recebi de Deus e Nossa Senhora a missão de benzer. Tive uma visão muito feia quando estava indo dormir. Apareceu aquele bicho feio, e então pedi a Deus e Nossa Senhora que me livrassem daquilo. Aquela coisa feia sumiu, ficou só uma fumaça no ar. Falei para o meu marido, já deitado em nossa cama, que estava pegando fogo em alguma coisa, mas não tinha nada pegando fogo. Então veio a imagem de Deus e Nossa Senhora, que conversaram comigo. Deus chorava, e as lágrimas escorriam em meu corpo. Nossa Senhora dizia para eu não limpar, não enxugar aquelas lágrimas, para que eu deixasse as lágrimas me molharem, que eu deveria benzer, que seria benzedeira por toda a minha vida, e uma boa benzedeira. Só que eu não iria benzer lá onde eu morava, seria em outro lugar. Algumas semanas depois, meu marido arrumou um emprego e nos mudamos, com todos nossos filhos e todas as nossas coisas, aqui para Fernandópolis.


OEXTRA: A senhora utiliza um crucifixo para benzer?

MIÚDA: Sim, eu benzo com toda a Fé do mundo, Nossa Senhora e Jesus estão comigo, eu sinto a presença deles ao meu lado (ela pega um crucifixo, de madeira, um pouco maior que sua mão, contendo fixado nele o corpo de Cristo em bronze, e inicia uma série de movimentos que se repetem, fazendo o sinal da cruz sobre a pessoa que é benzida). E não benzo só crianças e idosos, benzo todos que me procuram. Benzo animais, vou a sítios, até na Santa Casa, se algum paciente quiser, benzo lá no hospital mesmo. Até médicos indicam pacientes para me procurar. Já vieram pessoas do Canadá e do Japão. Disseram que amigos deles contaram a minha história aqui em Fernandópolis e eles vieram se benzer comigo.



OEXTRA: Como é a frequência de pessoas aqui em sua casa?

MIÚDA: Sempre tem muita gente. Todos os dias. Umas 15, 20 pessoas por dia. Peço para que venham se benzer três dias seguidos. Mas tem umas pessoas mais 'carregadas', ou muito doentes, que precisam de mais dias.


OEXTRA: A senhora cobra algum valor para benzer?

MIÚDA: Não cobra nada. Quem puder, ou quiser, pode trazer alguma coisa. Ganho presentes, um saco de arroz, uma imagem de algum santo, aceito tudo o que me oferecem. Não tem como cobrar um valor em dinheiro. Quanto vale a Fé, quanto vale um milagre de Deus? Não cobro, nunca cobrei e nunca irei cobrar nada de ninguém.


No quarto onde benze, imagens de santos e figuras pelas paredes, de Jesus, de santos e de pessoas que foram curadas por Dona Miúda, entre elas, muitas fotos de crianças, compondo um “Mosaico da Fé”, de devoção; com a imagem de Nossa Senhora, ela apresenta seu “cantinho dos milagres”: “Isso é tudo para mim, fico aqui a maior parte do dia, mesmo quando não tem ninguém para benzer. Aqui eu rezo, converso com Deus, com Nossa Senhora. É a minha vida!” 




 Dona Miúda mantém o crucifixo que utiliza para benzer sempre próximo a ela, e compostos de ervas armazenados em potes de vidro, banhados em óleo, e ensina como utilizá-los, cada um tem sua eficácia e são usados de várias maneiras: durante banhos ou para aplicação direta sobre a pele, em feridas ou manchas pelo corpo




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