Perigo

Ataque de arraias assusta visitantes de “prainhas”

Ataque de arraias assusta visitantes de “prainhas”

Casos têm sido registrados nos Rios Tietê e Paraná; segundo bióloga, arraias atacam para se defender

Casos têm sido registrados nos Rios Tietê e Paraná; segundo bióloga, arraias atacam para se defender

Publicada há 8 anos

Pescadores e turistas que visitam as “prainhas” da região de Ilha Solteira, município localizado a 116 quilômetros de Fernandópolis, estão assustados por causa do ataque de arraias. Os casos têm sido registrados nos rios Tietê e Paraná. Com a alta dos rios, o movimento de pescadores e turistas é mais frequente nestes locais e, em muitos deles, não há placas de orientação sobre o ataque desse tipo de peixe.

Marisa de Oliveira do Nascimento pescava na água da “prainha” de Itapura quando foi atacada por uma arraia. Ela foi ferroada no pé esquerdo. “Senti que furei o pé e achei que era caco de vidro. Estava sangrando e saí da água porque a dor começou a subir e é uma dor muito forte, inexplicável. Nunca tinha sentido tanta dor”, afirma.

Ela só soube que havia sido ferroada por uma arraia ao procurar um posto de saúde. Segundo Marisa, no começo parecia um machucado pequeno, mas a ferida ficou bem maior em poucos dias. Para controlar a infecção os médicos passaram antibióticos e repouso. Mesmo assim ela precisou passar por cirurgia. “Depois de 15 dias tive que ir para o centro cirúrgico para cortar a parte necrosada e faço curativo todos os dias”, afirma.

Há quase um ano, o aposentado Elias Medeiros Pacheco também foi ferroado por uma arraia. Ele foi atacado quando tentava tirar o anzol que ficou enroscado no peixe. O tratamento foi longo, mas mesmo assim ele perdeu o movimento de um dos dedos. “Eu e mais dois amigos pescávamos e eu já havia pego duas arraias, na terceira fui tentar ficar com o anzol, mas ela foi mais rápida que eu e me ferroou.”
O pescador Luiz Carlos dos Santos diz que é preciso ter cuidado porque não há placas indicativas sobre a existência de arraias no local.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Itapura, havia placas no local que alertavam sobre os ataques de arraias e piranhas, mas a sinalização sumiu. A Prefeitura informou que providenciará novas placas para colocar na “prainha”.
A bióloga da Unesp, Jumma Miranda Chagas, diz que as arraias atacam para se defender e que as ferroadas são feitas com um aguilhão, que parece um espinho, e fica perto da cauda do peixe. “Elas são venenosas e provocam dor extrema”, afirma.
Ela diz que as arraias não são da região, mas há registros delas por aqui há mais de 30 anos. Com frequência, um hospital de Ilha Solteira recebe turistas e pescadores vítimas de ataques.

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