Pe. Rodolfo Cab

Deus ama o Direito e a Justiça

Deus ama o Direito e a Justiça

Por Pe. Rodolfo Cabrini

Por Pe. Rodolfo Cabrini

Publicada há 8 anos

O desejo de Deus é que seu povo nesta Terra tenha vida, liberdade, saúde e paz. Para isso, Ele escreveu os Dez Mandamentos, um ordenamento jurídico que visa proteger o seu povo que havia sido liberto da escravidão do Egito e precisava se organizar. Sem um conjunto de leis que servisse para todos, o povo não teria condições de viver em sociedade.  O conceito bíblico de justiça está relacionado com o cumprimento das leis sagradas, o justo é aquele que respeita e ensina os demais a cumprir a Lei do Senhor.


Esse regulamento dado por Deus foi um grande bem para a humanidade. É certo que houve deturpações devido às más interpretações das lideranças religiosas que transformaram as leis sagradas em um conjunto de normas vazio de significado. Contudo, as leis divinas, plenificadas em Jesus Cristo, inspiraram muitas nações a construírem seus ordenamentos jurídicos, tendo como fundamento a vida, a liberdade, a paz, a saúde e o bem do povo. 


Para que as leis produzam seus efeitos se faz necessário não apenas que cada um cumpra seus deveres e respeite os direitos dos demais, mas também que cada um busque seus direitos e exija o cumprimento dos deveres dos demais. O salmo 33 proclama que “Deus ama o direito e justiça”. A partir desta afirmação, se pode entender que a busca pelos direitos é algo legítimo diante de Deus e até mesmo esperada por Ele.


Os direitos surgem dos acontecimentos que repercutem socialmente e mexem com os valores das pessoas. Hoje, não aceitamos a violência doméstica contra a mulher porque um dia uma mulher chamada Maria da Penha levou um tiro de seu marido e ficou paraplégica. Fato que gerou repercussão internacional e fez com que o Estado brasileiro coibisse condutas semelhantes. Da mesma forma, surgiram os direitos das crianças e adolescentes, dos trabalhadores, dos consumidores...


Se os direitos são conquistas sociais, quando ouvirmos falar de mudança, atualização ou reforma de leis, temos que ter muita atenção, pois o argumento usado é que “para melhorar, alguns precisam se sacrificar”. Se isso é verdade, então precisamos perguntar quem é que deve ser sacrificado? O povo pobre, trabalhador, doente e idoso?  Ou aqueles que têm vida farta e vivem à custa dos que já são sacrificados diariamente pelo trabalho que muitas vezes é mal remunerado?


Penso que não devemos ser contra a reforma da previdência, pois às vezes é necessário atualizar e rever a organização de um instrumento de seguridade social, para não acabar de vez, mas precisamos manifestar nossa insatisfação com o tipo de projeto reformador apresentado, porque, dificulta o acesso aos benefícios, aos que se dedicaram ao trabalho uma vida inteira e precisam da segurança financeira, para um envelhecer tranquilo e saudável, que é o desejo de Deus e de todos.

Não podemos admitir que os erros dos governos passados e a corrupção ainda presente nos intimidem e impeçam de lutar pacificamente por uma vida melhor. Não precisamos pagar o preço de um sacrifício de indefesos e inocentes, pois isso o Cristo já fez por nós. 












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