MISSÃO POSSÍV

“Tenho que cuidar como se fosse a minha casa”, afirma Fontes

“Tenho que cuidar como se fosse a minha casa”, afirma Fontes

Recuperador judicial da massa falida Massa Falida do Água Viva Thermas Clube Hotel mostra empenho total em resgatar o clube que irá a leilão em até 60 dias

Recuperador judicial da massa falida Massa Falida do Água Viva Thermas Clube Hotel mostra empenho total em resgatar o clube que irá a leilão em até 60 dias

Publicada há 8 anos

Por Jorge Pontes


Em entrevista ao “O Extra.net”, o contador Marcos Antônio Fontes, nomeado administrador judicial da massa falida Massa Falida do Thermas do Anhanguera S/A, mantenedor do Água Viva Thermas Clube e Hotel, demonstrou motivação total para resgatar a tradição do clube e apaziguar a crítica situação financeira do deficitário clube de Fernandópolis.


Momento em Fontes apresentou as dependências do clube aos investidores e aos jornalistas



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Com um défiti de 50% mensal, a tarefa não promete ser nada fácil, no entanto, gana e presteza não vão faltar para o contador. “Tenho que cuidar daqui como se fosse a minha casa. Esse é meu objetivo. Vamos trazer associado de volta e fazer o clube se tornar uma vitrine, como já foi um dia”, afirmou ele entusiasmado.
Embora o hotel ainda seja o carro-chefe do clube, que irá a leilão em no máximo 60 dias, segundo Fontes, a atenção do interventor é mesmo resgatar os associados inadimplentes. No total, o clube conta com 2 mil associados, no entanto, apenas 370 estão ativos, restando 1.630 inadimplentes. “Nossa receita operacional é de R$ 60 mil, mas nosso gasto mensal é de R$ 115 mil. Nos próximos 90 dias queremos resgatar 1000 associados, o que vai movimentar ainda mais o bar. Com esses 1000 associados vou encontrar o ponto de equilíbrio e chegar ao patamar de 120 mil reais”, explicou.


Outra forma encontrada por Fontes para mensurar o que é preciso fazer de imediato para desafogar as contas do clube foi citar a pífia clientela hoteleira. De acordo com o gerente do hotel, Rodrigo Evangelista Caires, a taxa de ocupação dos 42 apartamentos (19 standard, 20 de luxo e três suítes) é de apenas 15%, fora os 13 chalés, cuja ocupação é de nula. Para o administrador judicial os números são espantosos. “É estranho ouvir isso né. Apenas 15% em dias normais. Precisamos mudar essa realidade para pelo menos 80%. Esse é o ideal. Vamos entrar num período de festa e a ocupação vai melhorar. Sabemos que os artistas da Expô não vão ficar aqui, já foram contratados outros hotéis, mas outra classe pode se hospedar aqui, por isso vamos rever nossos preços”, disse.


O novo administrador judicial lembrou ainda de elogiar o advogado Antônio Carlos Cantarela, que era quem ocupava a função de administrador judicial do clube. Cantarela tem no currículo vários outros trabalhos bem sucedidos como interventor, principalmente frente ao Grupo Scamatti, de Votuporanga, ao Frigorífico de Fernandópolis além de auxiliar o empresário Titosi Uehara no processo judicial envolvendo a FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis. “Realmente o pessoal tem que bater palma paro Cantarela (até então interventor do Água Viva). Graças a ele o clube não fechou. Ele fez a intervenção e entendeu que é necessário ficar aberto, mesmo com falência, pois não existe vandalismo no local. Está ativo. Foi uma força tarefa muito importante”, destacou Marcos Antônio Fontes, que foi nomeado pelo juiz Fabiano da Silva Moreno, da 1ª Vara Civil de Fernandópolis, em decorrência da saúde debilitada de Canterela.


“Os gestores anteriores à falência perderam todo o crédito. E fizeram muito bem isso”


Com a necessidade de pagar tudo o que é comprado pelo clube de forma à vista, Fontes disse que o empresariado fernandopolense pode colaborar com esse processo até mesmo com a simples concessão de prazo na hora da venda. “Tem gente que vai ajudar com alguma doação em material. Não temos nada, mas se nos der uma lata de tinta, teremos uma lata de tinta para pintar algo. Meu pensamento é esse. Tudo que compramos temos que pagar à vista. Se nos derem 10 dias de prazo já é uma ajuda significativa. Hoje não temos crédito nenhum. Os gestores anteriores à falência perderam-no todo. E fizeram muito bem isso”, enfatizou.


INVESTIDORES À VISTA

Se levar em conta o prazo de até 60 dias para o leilão do clube, avaliado em R$ 13 milhões, já no mês de junho um possível gestor-investidor deve assumir a gerência do clube, quem sabe dando cara nova a ele. Se a intenção é mantê-lo aberto servindo como vitrine para que alguém resgate a tradição do mesmo, engrandecendo o nome de Fernandópolis, já pode-se afirmar que as coisas têm fluído.
No momento da entrevista ao “O Extra.net”, Marcos foi interrompido por uma ligação de um corretor, que posteriormente compareceu ao hotel Águia Viva. Lá, na companhia de outros dois corretores eles conheceram o clube e garantiram já ter um investidor para adquirir o Água Viva. O provável investidor estrangeiro já teria topado desprender-se dos R$ 13 milhões iniciais. “Vejo com bons olhos estas pessoas de fora que veem o Água Viva como resultado. É um investimento altamente viável. Só fala gestor. Se não tem dono não se tem nada”, concluiu o administrador Judicial.

Interpelado sobre o que lhe motiva a fazer um bom trabalho como interventor, Fontes surpreendeu. “Não quero nenhum real da negociação. Sou remunerado pela Justiça para este trabaho. O que me motiva é na qualidade de pai. Não é patrimônio meu, é da comunidade. Não é para minha geração, a minha já usufruiu. Mas os demais terão uma oportunidade melhor. Aqui tem condições de virar um mega clube. Isso vai acontecer”, afirmou.


SALÁRIOS EM DIA

Embora a situação seja extremamente crítica, os funcionários do clube, que já passaram por maus bocados ainda piores, estão com salários em dia. A folha de pagamento está no topo da pirâmide de prioridades. Abaixo, vem energia elétrica e telefone, encargos sociais e despesas com manutenção.


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