NINGUÉM ATENDE
Telefone fixo perde espaço nas casas fernandopolenses
Telefone fixo perde espaço nas casas fernandopolenses
Notório o crescimento da telefonia celular, mas o que chama a atenção é o rápido avanço da venda dos smartphones conectados à internet
Notório o crescimento da telefonia celular, mas o que chama a atenção é o rápido avanço da venda dos smartphones conectados à internet
Por Breno Guarnieri
O aparelho de telefone fixo, que já foi essencial para muitas pessoas e até uma forma de investimento, hoje já não faz maior diferença nas residências de Fernandópolis e perde espaço também nas empresas.
Segundo o IBGE, mais de 30 milhões das casas, no Brasil, só têm telefone celular e o número de número de famílias com telefone fixo, já caiu pela metade. Em 10 anos, o percentual de casas que tinham apenas celulares passou de 7,8% para 49,8%. Enquanto isso, os lares somente com aparelho fixo fizeram o caminho inverso, despencando de 27,9% para míseros 3,5%.
AS OPERADORAS...
já entenderam isso e trabalham no sentido da convergência entre plataformas, oferecendo planos de telefonia fixa, celular, internet e televisão em um mesmo pacote e ambiente de digital de dados.
Os motivos são vários para essa migração, mas destaca-se a mobilidade (usar em qualquer lugar) como principal destaque para o interesse do cidadão em ter o aparelho celular ao invés do telefone fixo em casa, além obviamente do custo, pois os celulares pré-pagos, por exemplo, não têm mensalidade fixa.
É notório o crescimento da telefonia celular, com mais de um celular por habitante, (260 milhões de linhas), mas o que chama a atenção é o rápido avanço da venda dos smartphones conectados à internet, com cerca de 27 milhões já vendidos no Brasil. Exatamente por conta da procura pela internet e pelo barateamento dos preços dos aparelhos, que nos próximos anos a venda dos smartphones conectados vai triplicar, de acordo com pesquisas recentes.
PERDA DE ESPAÇO POR AQUI!
O professor Túlio Oliveira, de 28 anos, decidiu aposentar de vez o telefone fixo em sua casa, no Jardim Paraíso, zona norte de Fernandópolis. Nem a linha existe mais. “Economizei no bolso e na paciência. Nunca gostei de atender telefone, já basta o celular. O fixo lá em casa só servia para decoração”, brinca o professor que mora com a esposa e uma filha, cada um com seu aparelho celular.
Essa mudança de comportamento está cada vez mais comum. Em muitas casas fernandopolenses, o telefone fixo já nem existe mais. Em outras, é mantido apenas por conta do pacote de internet.
Na casa da empresária Camila Nogueira, 32, a linha de telefone fixo permanece devido ao plano de dados (3G ou 4G), mas o aparelho não existe mais. “Há dois anos decidi desligar o telefone e guardá-lo, já que todos aqui em casa tinham preguiça de atender. A única pessoa que ligava para o número fixo era minha mãe. Avisei sobre a decisão e hoje ela liga para o celular”, conta Camila, que mora no Coester, zona leste do município.
“Quem quer falar comigo liga para o meu celular”, acrescenta a enfermeira Manoela Almeida, 29 anos. Nem ela, sua irmã e seus pais gostam de atender as ligações quando o aparelho toca na sala. “Fica tocando durante horas. E, quando a gente atende, geralmente é alguma atendente de telemarketing oferecendo promoções”, critica a jovem.
Antes querido e disputado pelas famílias, o telefone fixo vem perdendo prestígio nas residências de Fernandópolis