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Dia Mundial do Rock: estilo musical faz parte da rotina das Etecs e Fatecs
Dia Mundial do Rock: estilo musical faz parte da rotina das Etecs e Fatecs
Ritmo dos anos 1950 marca presença em unidades do Centro Paula Souza por meio de cursos, eventos e atividades ligadas o gênero musical
Ritmo dos anos 1950 marca presença em unidades do Centro Paula Souza por meio de cursos, eventos e atividades ligadas o gênero musical
Assessoria de Imprensa
Nesta quinta-feira, dia 13, o Brasil comemora o Dia Mundial do Rock. A data foi escolhida em homenagem ao Live Aid, show realizado neste mesmo dia, em 1985, para arrecadar fundos que contribuam para diminuir a miséria na Etiópia. O evento entrou para a história por conta da solidariedade e de apresentações históricas de artistas como David Bowie, Queen e U2 em favor da causa, além de ter reunido uma plateia de quase 200 mil pessoas em Londres e na Filadélfia e aproximadamente 1,5 bilhão de telespectadores em todo o mundo.
Gênero musical bastante identificado com o público jovem, nas Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais, o rock se manifesta não apenas nos fones de ouvido e nas camisetas de banda dos estudantes. Em algumas unidades, há cursos, eventos e atividades com forte ligação com o ritmo.
Rock, tecnologia e tecnólogos
Música e tecnologia estão estreitamente conectadas há mais de um século, influenciando-se mutuamente, ao gerar demanda por novos equipamentos, incentivar a criatividade e trazer novas possibilidades tanto para quem faz quanto para quem a consome. Na primeira década do século 20, por exemplo, a introdução do microfone e dos sistemas elétricos de gravação viabilizou o surgimento de artistas como Frank Sinatra e João Gilberto, inaugurando uma nova era de intérpretes sem passado no canto lírico, sem necessidade de vozes com potência suficiente para serem captadas pelos métodos de gravação mecânicos.
Ao longo dos anos, fitas K7, CDs e arquivos digitais trouxeram portabilidade ao ato de ouvir música. Além disso, mais recentemente o compartilhamento indiscriminado de canções e álbuns pela internet teve grande impacto no mercado fonográfico, alterando até mesmo a relação de artistas e gravadoras.
Se tanto a produção quanto o consumo dos mais variados estilos de música têm muito a ver com tecnologia, sem essa o rock nem sequer existiria. Enquanto sua execução completamente dependente de eletricidade foi se sofisticando com a inclusão de novos elementos nos estúdios e palcos ao longo dos anos, o ritmo jamais teria se transformado em cultura de massa sem as técnicas e tecnologias de reprodução, comunicação e marketing.
Essa é uma das explicações para o fato de o curso superior tecnológico de Produção Fonográfica da Fatec Tatuí ser tão procurado por jovens adeptos do rock. "Talento e criatividade são importantes, assim como o domínio de técnicas de composição e execução. Mas é por meio da tecnologia que uma obra atinge um patamar de excelência, seja em produto fonográfico ou apresentação ao vivo. O rock não foge dessa regra", explica o coordenador do curso, Luís Galhego.
Implantado no segundo semestre de 2010, o curso já nasceu voltado a preparar artistas e outros profissionais para enfrentar um mercado em processo de adaptação às constantes transformações. "Era um cenário onde a internet e a difusão dos arquivos digitais de música já eram uma realidade. Desde então, estamos sempre atentos para atualizar o conteúdo de acordo com as novas demandas", diz Galhego.
O tecnólogo em Produção Fonográfica acompanha diversas etapas de um projeto musical, desde a concepção até a divulgação e distribuição do produto final, passando por pré-produção, gravação, escolha de repertório, edição, mixagem e operação de estúdio. Sua área de atuação é ampla e também inclui a elaboração de trilhas e a sonorização para teatro, cinema, televisão e publicidade.
Saiba mais sobre o curso no Guia das profissões tecnológicas.
Festivais
Galhego também credita o predomínio de roqueiros entre os estudantes da Fatec à faixa etária, entre 18 e 23 anos. "O rock tem essa coisa de contestação, da contracultura, própria dessa fase da vida. Os estilos que trazem mais dessa proposta acabam tendo maior presença entre os jovens."
A preferência fica evidente em eventos e atividades propostas por professores e alunos. Em 2011, produziram um festival em comemoração ao Dia Mundial do Rock, com aproximadamente 4 mil espectadores. Neste ano, organizaram em Tatuí o Grito Rock, evento que ocorre em toda a América Latina, durante o carnaval, com shows, oficinas e palestras.
"Todos os palestrantes e convidados foram incríveis, caras internacionais nos brindando com muito conhecimento e história, também teve o Moda de rock, no qual os músicos Ricardo Vignini e Zé Helder fizeram adaptações dos clássicos do gênero para a viola caipira", diz Galhego.
Escolas de rock
No curso técnico de Canto, oferecido na Etec de Artes, na Capital, a presença de fãs de rock também se faz notar. Para ficar apenas em um exemplo, a banda Entalpia, da vocalista Mainara Thaís, estudante da unidade, já faz parte da nova safra independente nacional, com repertório autoral e versões das canções de Red Hot Chili Peppers, Charlie Brown Jr e Pink Floyd, entre outros artistas.
Mesmo em Etecs sem cursos diretamente voltados à música o rock dá as caras: em 2012, na cidade de Sorocaba, dois estudantes do Ensino Médio montaram a Orquestra Filarmônica da Escola Técnica Fernando Prestes (Offep), que até hoje apresenta clássicos do gênero em versões eruditas.