Por Josanie Branco

Jeito de menina, sorriso tímido, olhos brilhando encantadoramente e cheios de amor pelo pequeno David. Assim tem sido os últimos nove dias de Carolina Reinoldes, 15 anos. 

A adolescente viu sua vida mudar em segundos ao dar a luz na noite do último dia 28 de abril. Até ai um fato comum, como de muitas mulheres que ganham bebês todos os dias, mas a história de Carol ganhou notoriedade na mídia local, regional e até nacional pelo fato da garota afirmar que não sabia da gravidez e ter seu parto realizado dentro da viatura do Samu. 

De poucas palavras, muitos amigos e ainda surpresa com a maternidade, Carolina recebeu a equipe de Reportagem deste “O Extra.net” em sua casa para falar com detalhes sobre o nascimento do seu bebê, dos  seus projetos e das mudanças de sua vida. 

EXTRA: Amanhã comemora-se o Dia das Mães e você, inesperadamente,  se tornou mãe há pouco mais de uma semana. Nos últimos nove meses em nenhum momento você suspeitou da gravidez? 

CAROL: Sei que pode parecer estranho, mas não sabia de nada e como minha menstruação é meio desregulada (um mês sim outro não), não imaginei que poderia estar grávida, até no mês passado eu menstruei. A única alteração que tive nos últimos meses foi uma queimação muito forte no estômago, sentia que ele estava meio alto, nada mais. Para você ter uma idéia, joguei vôlei até na semana retrasada e estava escalada para participar de um torneio entre escolas, que começa daqui alguns dias, eu também já tinha confirmado minha participação em uma excursão para São Paulo, com meus colegas de classe. Jamais, em momento algum, passou pela minha cabeça que eu poderia estar esperando um bebê, ele nunca se mexeu na minha barriga e eu continuei usando minhas roupas normais. Se eu tivesse conhecimento da gestação teria feito o pré- natal, como todas as mulheres fazem. 

EXTRA: Como você descobriu que estava em trabalho de parto? 

CAROL: Na quinta-feira acordei com um pouco de dor, pensei que fosse cólica menstrual e fiz tudo o que habitualmente fazia, depois do almoço fui ao centro da cidade, a pé, e por volta das cinco da tarde, já em casa, senti as dores aumentarem a ponto de eu não conseguir nem me mexer. Entrei no banheiro e vi um líquido escorrer pelas minhas pernas, fiquei muito preocupada, pois achei que eu estava com algum problema sério, foi quando minha família acionou o Samu. Assim que eu fui levada para a viatura eles me perguntaram se eu estava grávida, eu disse que não, que não sabia. Naquela hora nem tinha noção do que estava acontecendo, pois a dor era muito forte e os socorristas já disseram que eu estava em trabalho de parto e que na verdade as cólicas eram contrações. O David nasceu daí cerca de uns cinco minutos, dentro da viatura mesmo, aqui na frente de casa. 

EXTRA: O que você sentiu naquele momento? 

CAROL: Acho que na hora não tinha noção do que estava acontecendo, somente depois, já no hospital, comecei a colocar as coisas no lugar e ver que eu havia me tornado mãe, que um bebê estava dentro de mim e eu nem sabia disso. Fiquei muito assustada, com medo, pensei e agora... o que vai ser da minha
vida? Lidar com o susto e as responsabilidades antes da hora não é fácil. Mas depois, com tanto carinho fui me sentindo bem, tranquila. E quando olhei para o rostinho dele tive um amor que nunca havia sentido antes. 

EXTRA: Muitas pessoas ficaram sabendo no nascimento do David, você recebeu apoio da comunidade? 

CAROL: Muito apoio de todos. No hospital muita gente foi nos visitar, até mesmo autoridades do município e um grande número de doações. Ganhei tudo, desde roupas, fraldas, utensílios do bebê até os móveis do quarto. Foram muitas doações em uma semana e muita gente ainda está vindo trazer. Sou grata a todos que se solidarizaram com a minha história e se propuseram a nos ajudar. 

EXTRA: Como foi a primeira semana do David? 

CAROL: Tudo é muito novo para mim, ser mãe é algo que estou aprendendo dia a dia, dar banho, mama, e cuidar. O David é um anjinho, uma criança muito saudável, que nasceu com 3,1 quilos, 49 centímetros de comprimento e sem nenhum problema de saúde. Ele é bem tranquilinho e nós estamos encantados com ele, eu e toda minha família.     

EXTRA: Quais são seus planos com a chegada do pequeno David? 

CAROL: Minha rotina está mudando, afinal agora sou mãe e tenho mais responsabilidades. Não vou parar meus estudos, ficarei em casa agora na licença e quando as escolas retornarem para o segundo semestre voltarei a estudar, estou no primeiro colegial no Barozzi e não quero parar, principalmente agora que tenho que estudar para poder dar um futuro melhor para o meu filho. Assim que puder também vou voltar a trabalhar de manicure e cuidar do David.   

EXTRA: Você pensava em ter filhos? 

CAROL: Sim, mas era um sonho distante, como de toda mulher, me formar, casar, ter filhos, coisas assim. Jamais imaginei que poderia ficar grávida com 15 anos. O David mudou os meus planos, na verdade ele inverteu a ordem dos planos, mas não deixei de sonhar, acho que agora sonharei ainda mais com ele do meu lado. 

EXTRA: O que você sente quando olha para seu filho? 

CAROL: Um amor incondicional, ele é lindo, encantador e veio ao mundo para tornar os meus dias mais felizes, meu filho David Euristanes Reinoldes, minha prioridade de vida. 

EXTRA: O que você espera para a vida do seu filho? 

CAROL: Com certeza tudo o que há de melhor. Já imagino ele crescendo, aprendendo muitas coisas e também nos ensinando. Vou fazer o possível para que o David seja um grande homem, responsável e muito feliz. Em todos os momentos, bons ou ruins eu estarei do lado dele, sempre. 

EXTRA: O David já teve contato com o pai? 

CAROL: Ainda não, apenas com a avó paterna, mas sei que em breve ele virá para visitá-lo. Eu e o pai do David éramos namorados e nos separamos há cerca de sete meses, eu já estava grávida e nem imaginava. Quero que eles tenham uma relação saudável, de pai e filho que se amem e respeitem. 

EXTRA: Como você vai comemorar o Dia das Mães? 

CAROL: Sem dúvida com o maior presente nos meus braços, meu filho. Nunca imaginei que ser mãe era algo tão nobre e especial. Desejo que todas as mães se sintam tão feliz como eu.