Da Redação
A venda de veículos seminovos, aqueles com até 3 anos de uso, caiu pela metade de janeiro a abril, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Fenauto, federação dos revendedores multimarcas.
Essa foi a "faixa etária" mais negociada entre os usados em 2016 e 2017, mas, neste ano, ela é a apenas a terceira, perdendo para os que têm de 4 a 8 anos ("usados jovens", na classificação da Fenauto) e os de 13 anos ou mais ("velhinhos").
O volume de seminovos vendidos passou de 1,7 milhão de unidades nos primeiros 4 meses de 2017 para 888,5 mil neste ano, uma queda de 49,6%.
O que explica?
Segundo especialistas, duas tendências derrubaram as vendas dos veículos com até 3 anos de uso:
• parte dos clientes voltando a comprar carro zero;
• outra parte passando a procurar veículos mais velhos porque o preço dos seminovos subiu nos últimos anos, com a forte procura.
Compra de carro zero
Para o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, a queda dos seminovos reflete a retomada da economia: parte dos clientes que até o ano passado optaram por veículos seminovos agora se volta para os zero.
A venda de carros, caminhões e ônibus novos foi 21% maior de janeiro a abril deste ano do que no mesmo período do ano passado, somando 762,8 mil emplacamentos.
Considerando só a venda para pessoa física, a alta foi de 15,6% no mesmo período, aponta Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria.
Ela destaca ainda que a oferta de crédito para compra de veículos vem aumentando desde janeiro do ano passado, na comparação anual.
Os financiamentos de veículos novos subiram 9,6% de janeiro a abril, frente a 2017; os de usados, que são maioria, ficaram estáveis.
"A própria crise faz com que as diferenças de preço de carros novos para seminovos sejam estreitadas pelas promoções que as concessionária fazem no sentido de desaguar os estoques", completa Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar).
No entanto, as venda de carros zero continuam com volume bem abaixo do que o antes da crise, que favoreceu os usados.