RECURSOS

Caminhoneiros terão linha de crédito

Caminhoneiros terão linha de crédito

Para atingir especificamente os caminhoneiros autônomos, o credito será limitado àqueles que possuem no máximo dois caminhões registrados em seu nome

Para atingir especificamente os caminhoneiros autônomos, o credito será limitado àqueles que possuem no máximo dois caminhões registrados em seu nome

Publicada há 5 anos

Categoria não ficou satisfeita com a medida e acena com possibilidade de nova greve neste ano


Da Redação

O BNDES disponibilizará R$ 500 milhões e abrirá uma linha de crédito para caminhoneiros autônomos. Os recursos deverão ser usados para compra de pneus e manutenção dos veículos. O crédito faz parte de um pacote de medidas anunciadas nesta terça-feira, 16, pelo governo para atender o setor de transporte de cargas do país. "Nós temos que lidar com uma realidade que é a escolha que o Brasil fez há cinco décadas, do modal rodoviário, e que precisa ser enfrentada para garantir respeito e valorização do trabalhador e o abastecimento da população brasileira", disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

De acordo com ele, a falta de manutenção de veículos é um dos principais problemas, identificados em blitz da Polícia Rodoviária Federal, que impacta na segurança das rodovias brasileiras. Manter as condições dos caminhões em ordem também tem um custo alto para os profissionais autônomos, segundo o ministro.

Para atingir especificamente os caminhoneiros autônomos, o credito será limitado àqueles que possuem no máximo dois caminhões registrados em seu nome. A linha de crédito deverá ser ofertada, inicialmente pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Cada caminhoneiro terá direito a R$ 30 mil para comprar pneus e fazer a manutenção dos seus veículos.

Repercussão

Caminhoneiros não ficaram satisfeitos com o pacote. Nos grupos de WhatsApp, o plano foi visto como uma "cortina de fumaça", uma forma de protelar uma possível greve dos motoristas. Alguns já falam, com exaltação, em nova paralisação em 21 de maio - exatamente um ano depois da greve que paralisou o País - caso a situação não melhore.

Os caminhoneiros afirmam que não estão pedindo dinheiro, mas sim melhores condições de trabalho. Nas discussões, eles afirmam que soluções como a linha de crédito para manutenção do caminhão, com taxas menores, já foram testadas em outras ocasiões, mas não foram colocadas em prática. Eles citam o cartão-caminhoneiro para compra de combustíveis, que não funciona para todo mundo.

A grande reclamação é que a situação está tão precária para os caminhoneiros que poucos conseguiriam ter acesso ao crédito. Muitos, dizem eles, estão com o nome sujo na praça e não teriam acesso a esse crédito.

Logo após o anúncio da linha de crédito para profissionais autônomos, Wallace Costa Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes dos caminhoneiros, disse que a medida agradava a categoria e até poderia evitar a greve, mas esperava uma manifestação de Bolsonaro para bater o martelo sobre a questão.

"Inicialmente, claro que o pacote agrada (a categoria). Mas preferimos aguardar o que o presidente vai falar para comunicar oficialmente o posicionamento dos caminhoneiros", diz o líder.

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