VAGATOMIA

Investigação da Corregedoria da PF pode anular Operação Vagatomia

Investigação da Corregedoria da PF pode anular Operação Vagatomia

Órgão está investigando a conduta do delegado Cristiano Pádua da Silva na condução do inquérito

Órgão está investigando a conduta do delegado Cristiano Pádua da Silva na condução do inquérito

Publicada há 4 anos

Cristiano de Pádua da Silva é acusado de agir ilegalmente durante apuração

Gustavo Jesus

A Corregedoria da Polícia Federal está investigando a suspeita de que o delegado Cristiano Pádua da Silva se infiltrou ilegalmente na Universidade Brasil, conforme pedido feito em Representação impetrada por Adib Abdouni, atual reitor da universidade.

O fato teria ocorrido durante uma investigação criminal que apurava suspeitas de irregularidades envolvendo o curso de Medicina da Universidade no campus de Fernandópolis. Segundo a Superintendência da PF na capital paulista, a Corregedoria está apurando o caso “com o rigor de praxe”.

A Lei 12.850, de 2 de agosto de 2013 não permite que um agente policial se infiltre em uma organização sem o aval prévio e sigiloso da Justiça. O infiltrado só pode agir caso haja indícios de infração penal e se a prova não puder ser produzida por outros meios.

Caso as investigações comprovem as irregularidades, a Operação Vagatomia pode ser total ou parcialmente anulada. Todas as provas do inquérito policial seriam analisadas para que haja o reconhecimento de sua origem. As provas provenientes de irregularidades seriam descartadas do processo.


RELEMBRE O CASO 

Em 3 de dezembro O Extra.net reportou em primeira mão a existência da Representação contra o delegado.

De acordo com a Representação, o delegado federal cooptou funcionários do campus Fernandópolis da Universidade Brasil para se infiltrar ilegalmente, sem prévia autorização judicial e “movido por interesses privados, na instituição de ensino".

No documento, Abib alega que o delegado não poderia, por lei, conduzir as investigações contra a universidade, já que ele era funcionário da mesma. Cristiano foi contratado pela instituição como professor do curso de Direito no dia 19 de fevereiro, 11 dias após o início das investigações.

"Ele nem pode alegar que atuava como infiltrado porque não tinha autorização judicial para tanto", diz Adib Abdouni. "Ele cooptou a delatora premiada Juliana da Costa, que fraudava editais para a indevida aprovação de alunos e obtenção de financiamentos pelo FIES,  o ex-vice-presidente Décio Correia Lima, que foi poupado pelo delegado, furtara equipamentos e informações do Ensino à Distância”, acrescenta.

Segundo o advogado, que no final de outubro assumiu o cargo de reitor da Universidade Brasil, o delegado Cristiano Pádua da Silva, em busca dos holofotes da mídia, desencadeou em setembro a Operação Vagatomia, com base no inquérito iniciado em fevereiro. Mas, nas investigações, isentou suspeitos como Juliana da Costa, "agindo como um verdadeiro juiz".

Na Representação, Adib Abdouni também indica que o delegado adulterou o conteúdo de depoimentos incluídos no inquérito para isentar suspeitos.


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