SAÚDE
Morador de Fernandópolis é escolhido para doar medula: "meu coração ficou radiante"
Morador de Fernandópolis é escolhido para doar medula: "meu coração ficou radiante"
Procedimento será realizado no dia 18 de fevereiro na cidade de Jaú
Procedimento será realizado no dia 18 de fevereiro na cidade de Jaú
Gustavo Jesus
Uma chance em 100 mil. É essa a probabilidade que existe de uma pessoa encontrar um doador de medula óssea que seja compatível. Apesar da facilidade e das inúmeras campanhas para doação e cadastro, as chances de encontrar - e de ser um doador -, ainda são pequenas.
Mesmo com as poucas chances matemáticas, um empresário fernandopolense foi premiado em participar dessa corrente que salva vidas. Marcelo Melo, 32 anos, fará no dia 18 de fevereiro procedimento que vai salvar a vida de outro ser humano. Ele doará a medula para um homem do Rio de Janeiro, que não teve sua identidade revelada.
Melo conta como uma ligação o deixou desconfiado sobre a possibilidade. "Eu fui pego de surpresa. Recebi uma ligação do Redome - Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea -, do Rio de Janeiro, fiquei meio desconfiado, pensando que fosse um golpe, pois fazia muito tempo que havia feito o cadastramento para a doação de medula no hemocentro".
O empresário só confiou que o assunto era sério quando o Hemocentro de Fernandópolis entrou em contato. "Dias depois, entraram em contato comigo novamente, porém foi o pessoal do Hemocentro de Fernandópolis, aí notei que era sério o negócio".
Depois de a possibilidade da doação ser confirmada, Melo começou a realizar os preparativos para a transferência de medula. "Primeiro fiz uma nova coleta de sangue, para novos exames, para selar a compatibilidade, ainda no mês de dezembro. Meu coração ficou radiante".
Em janeiro, mais uma etapa foi realizada. "Foi tudo muito rápido, agora por volta do dia 18, 19 de janeiro o Redome entrou em contato novamente, me informando a situação e perguntando se eu poderia me deslocar para cidade de Jaú-SP, para uma bateria de exames, com todas as despesas tudo por conta deles. Claro que concordei, onde estive junto a minha acompanhante, minha noiva, realizando essa bateria de exames, que faz parte do processo para doação".
Depois de vencidas todas as etapas, Marcelo se prepara para o grande momento. Concretizar a doação da medula. O procedimento será realizado no dia 18, em Jaú. O empresário celebra a oportunidade. "Estou muito feliz, sou grato por Deus, por esta oportunidade, e pela as pessoas que estão em minha volta, me apoiando e dando incentivo. O processo corre em sigilo, não sei a pessoa quem vai receber está medula. Pode ser uma criança, quanto um adulto, que infelizmente passa por lutas. Porém para Deus não há impossível".
COMO FAZER O CADASTRO?
Para se cadastrar como doador é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e boa saúde. A exceção na faixa etária é feita em casos em que o doador é uma criança irmã do receptor. O candidato a doador deve procurar o hemocentro mais próximo de sua casa para esclarecer dúvidas e, com a decisão tomada, coletar uma amostra de sangue (10ml) para a tipagem de HLA (exame de histocompatibilidade que identifica as características genéticas de cada indivíduo). Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir sobre a doação. Todo o procedimento – desde a coleta de sangue para cadastro até o transplante, é custeado pelo governo federal. Se um paciente do sistema, público ou particular, de saúde precisar de um transplante de medula é responsabilidade do REDOME encontrar um doador compatível.
O PROCEDIMENTO
A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde e existem duas maneiras de obter estas células.
Na coleta de medula óssea, o procedimento ocorre em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. As células serão coletadas através de punções na região pélvica posterior (osso do quadril) e dura cerca de 90 minutos.
Na doação por aférese, as células são coletadas diretamente da corrente sanguínea, através de um procedimento de aférese que dura cerca de 3 a 4 horas mas, neste caso, o doador deverá receber uma medicação por 5 dias para estimular as células-tronco.