POUCAS MULHERES

Apenas 10 mulheres foram eleitas para a Câmara na história de Fernandópolis

Apenas 10 mulheres foram eleitas para a Câmara na história de Fernandópolis

Dia Internacional da Mulher é comemorado amanhã, mas na política fernandopolense as barreiras ainda são enormes

Dia Internacional da Mulher é comemorado amanhã, mas na política fernandopolense as barreiras ainda são enormes

Publicada há 4 anos

Apenas 16, das 242 cadeiras da história do Legislativo, foram ocupadas por mulheres

Gustavo Jesus

Neste domingo, 8, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data é sempre importante para relembrar os direitos que foram conquistados com anos de luta, e também para relembrar como nem sempre esses direitos são reconhecidos por uma sociedade historicamente machista.

Para simbolizar essa falta de reconhecimento, O Extra.net traz um levantamento sobre a participação das mulheres na política fernandopolense. Ao longo de toda a história da cidade, poucas representantes do sexo feminino conquistaram um assento na Câmara Municipal e apenas uma sentou na cadeira de chefe do Executivo.

A HISTÓRIA 
Fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República, o direito foi aprovado parcialmente  em 1932 por permitir somente às mulheres casadas, com autorização dos maridos, e às viúvas e solteiras que tivessem renda própria. Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.

A PRIMEIRA MULHER NA CÂMARA
Desde 1948, data que a primeira legislatura foi eleita em Fernandópolis, uma mulher só assumiu um lugar na Câmara dos Vereadores em 1988, com a eleição de Ana Bim. "Na época foi muito difícil vencer todas as barreiras. Tinha vereador que falava que ‘a Câmara nunca mais seria a mesma depois de uma mulher eleita’. Eu só queria lutar pelo meu espaço e com o passar do tempo fui mostrando meu valor", disse Ana, relembrando a época.

POUCA REPRESENTATIVIDADE
Ao longo desses 72 anos de história da Câmara de Vereadores, 242 mandatos foram ocupados por parlamentares em Fernandópolis. Desses, apenas 16 estiveram ocupados por mulheres, o que dá uma razão de apenas 6,6%.

As 10 vereadoras - que ocuparam os 16 cargos contando reeleições -, são: Ana Bim (1989 - 1992, 1997-2004), Célia Regina (1993-1996), Zilda Gonçalves Delgado (1993-1996), Maria Cristina (2001-2004 ), Nilza Barbiero (2001-2004), Maiza Rio (2005-2012, 2017-2020), Neide Garcia (2008-2020), Candinha Nogueira (2009-2012), Creusa Nossa (2009-2012) e Janaína Alves (2017-2020).

PRIMEIRA PREFEITA
Assim como teve a honra de ser a primeira vereadora da história de Fernandópolis, Ana Bim também foi a primeira prefeita. Ela assumiu o Executivo com a morte do então prefeito Rui Okuma, em 2006. Em 2012 Ana Bim, que até hoje foi a única mulher a se candidatar para o cargo de prefeita, venceu sua primeira eleição para o cargo.

MULHERES EM 2020
Emenda Constitucional aprovada em 2017 vedou, a partir de 2020, a realização de coligações nas eleições proporcionais como para a Câmara dos Deputados e Vereadores. Um dos principais reflexos da mudança se dará no ato do pedido de registro de candidaturas à Justiça Eleitoral, especialmente porque, com o fim das coligações, cada partido deverá, individualmente, indicar o mínimo de 30% de mulheres filiadas para concorrer no pleito.

Em Fernandópolis os partidos que pretendem concorrer com chapa completa precisam indicar seis mulheres como candidatas - num universo de 20 postulantes à uma cadeira. Caso cada partido não consiga angariar as seis mulheres para suas fileiras, o número de candidatos deverá diminuir proporcionalmente.

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