MINUTINHO
Uma Carta Materna
Por Bezerra de Menezes
Em todos nós viceja o amor de Deus.
Não há ninguém tão pária, tão infeliz, que não tenha a doce presença do amor de Deus no âmago do seu coração.
Deus vibra na música do Cosmo e canta na voz do atritar das patas da cigarra.
Deus fala no murmúrio das águas e no troar das grandes tormentas.
Nós fomos criados num ato de amor e este amor está vivo em nós, sendo o Deus interno que devemos buscar no âmago de nós mesmos.
Viajar na direção dos sentimentos enobrecidos que dormem no ádito do ser é a proposta de Jesus na atualidade grave da sociedade terrestre.
Filhas e filhos da alma: o Reino dos Céus está dentro de vós.
Não o busqueis fora com as aparências do mundo, mas buscai-o dentro com os sentimentos profundos desse amor que vibra e que sustenta o universo na representação do divino hálito.
“Amai até doer”, disse Tereza de Calcutá.
“O amor liberta da multidão de pecados”, disse Jesus.
O objetivo essencial da vida está sintetizado na arte de servir, que é a mais elevada manifestação do amor.
Arrancai das entranhas da vossa evolução antropológica o vírus da crueldade, do instinto de sobrevivência que ataca por medo de ser atacado.
Confiai em Deus. Entregai-vos à Sua misericórdia e experimentai a paz do acesso à Divina Consciência que gravita na vossa própria consciência.
Os Espíritos-espíritas retornamos do Mais Além para dizer-vos que este é um momento muito grave da cultura terrestre. É o momento da grande transição planetária quando a dor fugirá da Terra envergonhada e se instalará a misericórdia de Deus no altar de todas as consciências humanas.
Ide de volta aos vossos lares e abraçai a família, saindo para abraçar o mundo envergonhado da tecnologia de ponta e da ciência profunda com a alma desassisada e o coração despedaçado de agonia...
Enxugai as lágrimas na lã do cordeiro de Deus e confiai que nunca Ele nos deixaria órfãos, porque o Mestre prometeu, cumpriu e está conosco.
Sede mansos, estai atentos, vigiai e orai para vos enriquecerdes de paz e de amor.
Com toda a ternura o servidor humílimo e paternal que vos abraça.
CRÔNICA
Mistérios do além
l Autoria Desconhecida
Após um dia exaustivo com seus doentes, o dr. Weir Mitchel, famoso neurologista da Filadélfia, já havia se recolhido para descansar.
Despertado pelo toque violento da campainha, foi encontrar à porta da frente uma menina modestamente vestida, e visivelmente conturbada.
- Minha mãe está passando muito mal, doutor, - disse ela.
- O senhor quer fazer o favor de vê-la?
Na noite fria, a neve caía, e o vento era cortante. O dr. Mitchell sentia-se cansado; procurou esquivar-se, mas algo na maneira de falar da pequena mensageira fê-lo ceder.
Vestiu-se e seguiu-a.
No local denotado, encontrando a mãe da menina muito mal, com pneumonia. O médico tomou todas as providências para que não faltasse assistência adequada.
Daí a pouco, felicitou a enferma pela inteligência e tenacidade de sua filha.
- Mas faz um mês que minha filha morreu! Disse a enferma aos prantos. O chale e os sapatos dela estão naquele armário.
O dr. Mitchell, surpreso e admirado, abriu o armário, e viu ali exatamente as vestes usadas pela menina que o trouxera àquela casa.
“Os que partem antes de nós, concluíram sua tarefa e estão livres dos tormentos da vida terrena.
Mas, como nos amam, continuam ligados a nós pelo pensamento. Eles vivem, e nos esperam para o reencontro”