MINUTINHO
Caridade essencial
Emmanuel/Chico Xavier
Em todos os lugares e situações da vida, a Caridade será sempre a Fonte Divina das Bênçãos do Senhor. Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado. A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.
Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.
Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o Espírito de Boa-Vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de Amor ao Próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.
Em razão disso, as menores manifestações de Caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.
Antes, porém, da Caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata-se da Caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente nEle para que Ele viva em nós.
Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas, em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.
CRÔNICA
O náufrago
Por Conto Popular
Após um naufrágio, o único sobrevivente do pomposo navio, agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar a parte dos destroços e poder ficar boiando em meio às altas ondas. Imagem de Tom Hanks, protagonista do filme "O Náufrago". Foto: Copyright United International Pictures (UIP)
Este único sobrevivente foi parar em uma pequena ilha desabitada, fora de qualquer rota de navegação, sem qualquer possibilidade de ser resgatado, mas mesmo assim ele agradeceu novamente.
Com muita dificuldade e restos dos destroços, ele conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva, de animais e, também para guardar seus poucos pertences restantes, e como sempre, agradeceu.
Nos dias seguintes, a cada alimento que conseguia caçar ou colher, garantindo sua sobrevivência, ele agradecia.
No entanto um dia quando voltava da busca por alimentos, encontrou o seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça, terrivelmente desesperado, ele se revoltou.
Gritava chorando:
- O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus, por que fizeste isso comigo?
Chorou tanto que adormeceu profundamente cansado e inconformado com o desastre.
No dia seguinte bem cedo, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava. Logo escutou vozes desconhecidas a chamá-lo:
- Viemos resgatá-lo, disseram.
- Como souberam que eu estava aqui? Perguntou surpreso, o náufrago.
- Nos vimos o seu sinal de fumaça no horizonte! Logo viemos ao seu socorro.
Agradecido mais uma vez, o homem ajoelho e, de mãos para os céus, pediu perdão.