CLANDESTINAS

Pelo WhatsApp, grupos combinam festas na região

Pelo WhatsApp, grupos combinam festas na região

Organizadores informam a localização apenas horas antes dos eventos para burlar fiscalização

Organizadores informam a localização apenas horas antes dos eventos para burlar fiscalização

Publicada há 4 anos

Da Redação 

Desde o final de março, um decreto municipal proíbe concentrações com mais de cem pessoas em Rio Preto. Na prática, a regra impede a realização de festas com o objetivo de evitar aglomerações e, com isso, frear a transmissão comunitária da Covid-19. Mesmo assim, alguns grupos têm se organizado pelo WhatsApp para promover eventos clandestinos em chácaras, normalmente bem afastadas dos centros urbanos.

A reportagem teve acesso a "prints" (reproduções de tela) de conversas de seis grupos dedicados a eventos que aconteceram em Rio Preto no último final de semana e em semanas anteriores, quando o decreto já estava em vigor, ou que ainda vão ocorrer. Nas conversas, os organizadores divulgam informações como nome da atração e preço do ingresso. A localização, no entanto, é mantida sob sigilo. O objetivo é evitar a fiscalização. O endereço só é divulgado horas antes da festa, somente aos participantes do grupo.

Normalmente, as festas são open bar, ou seja, oferecem bebida à vontade por um preço único. Os eventos também oferecem "narga liberado", uma referência ao narguilé, utensílio usado para fumar tabaco aromatizado e que é compartilhado. Nos grupos fechados, os participantes também fazem referência ao uso de drogas.

Com quatro grupos lotados (o máximo permitido em cada grupo é 256 pessoas), o evento "Quarentena Crazy 2.0" aconteceu nos dias 29 e 30 de maio. O Diário apurou que a festa do dia 30 aconteceu em uma chácara na Vila Azul, com acesso pela avenida Horácio Neves de Azevedo. O anúncio trazia recados como "brota no bailão" e dizia que não seriam toleradas discussões e brigas. O ingresso foi vendido a homens por R$ 10 até a meia-noite e R$ 15 depois do horário. Mulheres não pagavam para entrar.

Durante a semana, conversas marcavam a expectativa para o evento, com fotos de bebidas e até do som automotivo que foi preparado para a festa. O organizador agitava o grupo com frases como "chama no clandestino fiu" e "deixa o fígado na linha, ele vai luta (sic) mais tarde".

O espaço divulgava, ainda, o cardápio da festa, que consistia em Corote com copo de 500 ml e gelo por R$ 10, Catuaba por R$ 20 e o combo de vodka com energético de 2 litros e gelo, mais 3 copos, por R$ 50.

Na tarde do sábado, 30, um vídeo feito pelo organizador confirmava a realização do evento. "Vai ter hoje, sim. Quem quiser curtir, vamos só dar uma maneirada no som. Vamos soltar a partir das 14h, quem quiser encostar, 10 'cruzeiro' homenzinho, mulher não paga. Queima de bebidas, precinho da hora, 'tendeu'?", disse.

A reportagem apurou, ainda, que, em abril e maio, o organizador procurou, em grupos no Facebook, chácara para alugar. Ele voltou a procurar um lugar para os dias 29, 30 e 31, data em que ocorreu a 2ª edição da Quarentena Crazy.

*com informações do Diário da Região

Festas organizadas em grupos de WhatsApp acontecem em chácaras em Rio Preto - Reprodução


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