Da Coluna Entrelinhas

Eleições 2020! Por pandemia, ao menos 3 prefeitos da região devem desistir da reeleição

O s reflexos da maior pandemia da história moderna deve trazer outras consequências além das inicialmente projetadas e concentradas nos aspectos sanitários, econômicos e empregatícios. Em pesquisa realizada com dezenas de prefeitos da região no decorrer desta semana, sob a condição de anonimato, confirmou-se o que já suspeitávamos: ao menos três, de um total de 16 dialogados, ratificaram que, embora podendo legalmente, não irão disputar a reeleição, seja ela em outubro ou em dezembro. Outros cinco, que outrora se classificavam como “certos e fortes na busca pela reeleição”, confidenciaram, cada qual a sua maneira, que reestudam os projetos e podem adotar decisão similar aos dissidentes. Os demais, entre reticências e ponderações, ainda devem voltar às urnas e tentar manterem-se nos  epicentros dos poderes municipais por mais quatro anos.

Falta de dinheiro e projeções tenebrosas assombram todos gestores regionais

E o índice de desistentes pode - e deve - aumentar com o decorrer dos dias, o agravamento no número de infectados (e inevitavelmente de mortes) e o fim dos subsídios federais que atualmente ajudam na recomposição dos cofres municipais. Não será surpresa se atingir metade dos confidentes. O que motiva-nos a tal projeção é a penumbra que se abateu nos ânimos deles. Quinze, vinte dias atrás, embora afetados, a maioria ainda nutria expectativas de abrandamento da situação pandêmica e financeira; agora não escondem que seus departamentos contábeis e financeiros ratificaram projeções tenebrosas que, em médio prazo,  faltarão recursos para ações corriqueiras, até para a reta quitação dos salários do funcionalismo. Ou seja, ser prefeito(a) em 2021 pode se tornar uma enorme furada e tarefa reservada apenas àqueles que tenham vocação natural para os cargos e assumam sacrifícios incomensuráveis.

Doria salvou os votuporanguenses, mas deixou os jalesenses para traz

Há que se enaltecer o imediatismo do governo estadual em responder à premente demanda hospitalar de nossos vizinhos votuporanguenses (e mais 17 municípios da região vinculados, na questão do Covid-19, àquela Santa Casa), aumentando em 80% a capacidade de rede de UTI apenas um dia após o esgotamento das 10 unidades inicialmente reservadas para tal tratamento. Foi um exemplo, ao menos nas palavras pronunciadas pelo secretário Marcos Vinholi e também será um exemplo prático se instaladas as unidades extras num prazo temporal exíguo. Agora restou, a nível regional, uma indagação aguda e que merece maiores considerações: por que a mesma velocidade demonstrada para com os votuporanguenses não ocorreu com os jalesenses (e os cidadãos de mais 10 municípios atendidos por esta Santa Casa) que, dois dias antes, tiveram idêntico problema, com o esgotamento das unidades de UTI?

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