ECONOMIA

Empresários de todo o país recorrem a empréstimos para salvar os negócios

Empresários de todo o país recorrem a empréstimos para salvar os negócios

Após três meses do início da pandemia da Covid-19, Caixa lança programa de empréstimos com taxas mais vantajosas

Após três meses do início da pandemia da Covid-19, Caixa lança programa de empréstimos com taxas mais vantajosas

Publicada há 4 anos

Da Redação

Diversos empresários de todo o país viram o faturamento de suas empresas despencar de um hora para outra devido à pandemia do novo coronavírus. Três meses após o alastramento da doença no Brasil, a Caixa Econômica Federal lançou o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), linha de crédito que tem como objetivo garantir recursos a pequenos negócios e a manutenção dos empregos. 

O banco oferecerá R$ 3 bilhões em capital de giro para as empresas. O programa está disponível para microempresas com receita anual de até R$ 360 mil e para microempreendedores que movimentam até R$ 81 mil. Além disso, também foram contempladas empresas de pequeno porte que faturam por ano até R$ 4,8 milhões. Os interessados no empréstimo terão carência de 8 meses para iniciar o pagamento da dívida. 

A adesão ao Pronampe é feito pelo site do próprio banco. O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, diz que alguns ajustes no programa estão em desenvolvimento, entre eles a criação de um aplicativo. Ele pede que os interessados evitem o comparecimento às agências. 

“Neste momento de pandemia é eficiente e rápido que o contato seja feito pelo site. Como falamos, vamos melhorar e operacionalizar via um aplicativo que está sendo desenvolvido, porém queremos antecipar atendimento para agilizar o crédito”, aconselha o presidente.

Entre as vantagens da nova modalidade de crédito está o pagamento do empréstimo em até 36 vezes e taxa de juros de 1,25% mais a taxa Selic, que varia mensalmente e hoje está em 2,25%. Para empresas com menos de 12 meses de funcionamento, o limite de contratação do crédito é até 50% do capital social ou até 30% da média do faturamento mensal calculado desde o início das atividades. O empreendedor escolhe pela forma mais vantajosa. 

Para empresas com mais de um ano de funcionamento, o limite de contratação corresponde a 30% da receita bruta anual calculada com base no exercício de 2019. 

Um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) que ouviu 470 empresários do estado mostrou que 38,7% dos entrevistados têm a intenção de recorrer a empréstimos até o final de junho. O principal motivo para recorrer ao crédito, segundo os empresários, se dá principalmente pelo impacto que a Covid-19 trouxe ao comércio. 

O presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, Antonio Florencio de Queiroz Junior, alega que, por si só, empréstimos não são capazes de resolver os problemas dos empresários, sobretudo os microempreendedores, que são os mais afetados pela crise. Além da ajuda financeira, ele defende ações econômicas mais coordenadas por parte do Poder Público. “Tem que haver um grande pacto de retomada da economia. Com flexibilização de medidas, não só de impostos, mas medidas bancárias. Para que as empresas possam voltar ao mercado, possam comprar mercadorias, obter créditos junto a seus fornecedores.”

Incerteza

O gerente geral Alécio Nunes, que administra três lojas de uma rede de restaurantes do Distrito Federal, afirma que a empresa em que ele trabalha precisou recorrer a dois empréstimos que somam mais de R$ 130 mil para manter a folha de pagamento dos funcionários em dia. No DF, bares e restaurantes só podem abrir para o serviço de entrega. O administrador diz que apenas quando a reabertura do setor for permitida será possível saber se os empréstimos serão suficientes para manter a empresa no azul.  

“A perspectiva é que, assim que abrir, voltemos a ter o mesmo movimento que tínhamos e talvez essa demanda até aumente. É impossível dizer se vamos conseguir nos manter com os empréstimos, até o final do ano, porque tudo depende de como o comércio vai se comportar.”
 

Fonte: Brasil 61

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