REGIÃO
Por medicação, Santa Casa de Fernandópolis recorre ao Ministério Público
Por medicação, Santa Casa de Fernandópolis recorre ao Ministério Público
O MP está acompanhando a falta de medicamentos sedativos e relaxantes musculares em hospitais
O MP está acompanhando a falta de medicamentos sedativos e relaxantes musculares em hospitais
Da Redação
O Ministério Público (MP) está acompanhando a falta de medicamentos sedativos e relaxantes musculares em hospitais da região. A Santa Casa de Rio Preto anunciou nesta segunda-feira, 22, que suspendeu em definitivo as cirurgias eletivas para poupar seu estoque da substâncias, suficiente para mais duas semanas. O Hospital de Base informou que conseguiu um pouco de estoque, por isso pode retomar as cirurgias oncológicas.
Na região, a Fundação Padre Albino, em Catanduva, e o Hospital Unimed São Domingos, na mesma cidade, bem como as Santas Casas de Fernandópolis, Novo Horizonte e Votuporanga e o Hospital São José, de Itajobi, também suspenderam as cirurgias eletivas.
Valdir Furlan, administrador da Santa Casa de Rio Preto, informou que vai oficiar o MP sobre a situação. "É mais no sentido de comunicado, de resguardar". Se a situação perdurar por até três semanas, a situação é que até 150 cirurgias sejam canceladas. Protocolos têm sido desenvolvidos para otimizar os estoques nas instituições.
O provedor da instituição, o médico Nadim Cury, divulgou vídeo falando sobre o assunto. "Está faltando medicação, estamos com nosso estoque bem baixo, estamos preocupados com os pacientes que precisam usar a medicação para Covid, para UTI, para anestesia, então vamos deixar nosso estoque para urgência, emergência e Covid", afirmou. "Todo mundo está usando em pacientes, principalmente de Covid, e os laboratórios não estão conseguindo dar conta da fabricação que a região, o Brasil está precisando."
Enquanto um paciente de cirurgia utiliza sedativos e relaxantes por algumas horas, por exemplo, um paciente em respirador precisa deles o tempo inteiro.
O Hospital de Base está buscando os remédios inclusive no exterior, no México, na Argentina, em Portugal e na Alemanha. "Porém eles enfrentam os mesmos problemas que o Brasil, pois falta matéria prima. A Alemanha, caso consiga baixar os números da Covid, deverá encaminhar relaxantes musculares e sedativos para todo o Brasil, informou a instituição.
O promotor Sérgio Clementino disse que tem dialogado com os hospitais. "O que a gente tem conversado com outros promotores do Estado é que isso é geral, aliás é no Brasil inteiro. A gente não tem certeza de onde está o gargalo. Estamos acompanhando", afirmou.
Rio Preto
A Secretaria de Saúde de Rio Preto confirmou entre domingo e segunda-feira, 22, mais 107 casos de coronavírus na cidade, totalizando 1.859 ocorrências. São mais sete óbitos, um total de 60 mortes pela doença.
No domingo, 21, eram 211 internados com síndrome respiratória aguda grave (SRAG), sendo 126 em enfermaria e 85 em UTI. Desses, 90 já tinham Covid-19 confirmada. "A doença está fugindo de tudo que a gente viveu. Já tivemos outras pandemias, vivemos a pandemia do H1N1 em 2009 e, apesar de ter sido uma doença que veio e foi importante, não teve a mesma proporção que o coronavírus", afirma Andreia Negri Reis, gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica. "A gente pede a colaboração da população para que esse sistema que nós organizamos dê conta depois, porque se todo mundo adoecer ao mesmo tempo tem o risco da pessoa procurar o serviço e não poder receber assistência por uma superlotação desse serviço."
Respiradores
Neste sábado, 20, a Fundação Padre Albino, que atende pacientes da região de Catanduva com Covid-19, recebeu cinco dos 20 respiradores que havia solicitado ao Estado. Barretos e Olímpia receberam 29 aparelhos, entre fixos e móveis, utilizados em transporte.
Na região, mais 12 mortes
Onze cidades da região confirmaram 12 mortes por coronavírus neste final de semana. As mortes por Covid-19 foram registradas em Adolfo, Catanduva, Santa Salete, Embaúba, Catiguá, Votuporanga, Santo Antônio do Aracanguá, Mirassol e Gastão Vidigal, Tanabi e Tabapuã. Com isso, o Noroeste Paulista ultrapassou a marca de 200 mortes por coronavírus desde o início da pandemia.
Os óbitos pela doença deram um salto nos últimos dias. Foram 17 mortes no final de semana, sendo sete delas em Rio Preto. Em Mirassol, a prefeitura confirmou a terceira morte nesta segunda, 22. A paciente é uma idosa de 90 anos que estava na UTI do Hospital de Base.
Fonte: Diário da Região
O Ministério Público está acompanhando a falta de medicamentos sedativos e relaxantes musculares em hospitais da região