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Gari que teve moto furtada perto de hospital após perder a mãe ganha moto nova
Gari que teve moto furtada perto de hospital após perder a mãe ganha moto nova
André Araújo recebeu a nova motocicleta nesta quinta-feira, 16
André Araújo recebeu a nova motocicleta nesta quinta-feira, 16
Da Redação
A semana de seguidos acontecimentos tristes finalmente terminou para o gari André Araújo, 37. Depois de receber a notícia da morte da mãe, a dona Neuza, após uma cirurgia do coração no dia 7 de julho no Hospital Madre Tereza, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, ele teve a moto roubada próximo à unidade, na avenida Raja Gabaglia.
O veículo, o único bem registrado em nome do gari de Santa Luzia, na região metropolitana, ainda era o instrumento para ele conseguir uma renda extra como entregador. Sem recuperar a moto e com cinco filhos para criar, Sérvulo Campolina Júnior se sensibilizou com a história e resolveu dar um grande presente: uma moto nova, com menos de 20 km rodados.
A guinada na vida do gari começou nesta quinta-feira, 16, quando ele recebeu o veículo na revendedora de carros do Sérvulo. “Quando ele me ligou, pensei que fosse um trote ou uma brincadeira, porque já teve muita gente que falou que ia me dar uma moto nova. Vai ser recomeço”, conta.
O gari ainda foi dispensado da empresa de limpeza urbana, em Santa Luzia, por conta do corte de custos e cumpre aviso prévio até o dia 27. “Fiquei desesperado, já que tenho os meninos para criar e, sem a moto, o emprego e a minha mãe, que me ajudava com a alimentação em casa, não sabia como iria fazer”, enfatiza.
História ganhou as redes sociais
Sérvulo Campolina se emocionou com um vídeo do gari que ganhou as redes sociais. Foi através da conta no Twitter do comentarista do Super FC e do Barba, Cabelo e Bigode, Lélio Gustavo, da rádio Super, que o empresário conheceu a história do André Araújo. “Fiquei muito comovido, já que ele precisa cuidar do sustento da família e resolvi presentear com a moto. Custei a conseguir chegar até ele, inclusive o André não acreditava”, brinca.
Então, ele comprou a moto modelo CG 150, da Honda. “Estou muito feliz por ajudar de alguma forma. Ele parece ser uma pessoa esforçada”. disse. Já André saiu da loja, que fica no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, pilotando o novo veículo e com muitos planos: ele quer retomar o trabalho de entregador.
Vaquinha virtual
A onda de acontecimentos positivos não terminou com a entrega da motocicleta. O André ainda ganhou um financiamento coletivo online, para arcar com custos de alimentação, moradia e a pensão dos cinco filhos - recentemente, ele se separou da segunda esposa, com quem teve três meninos. Criada pela página Razões para Acreditar, a vaquinha virtual já arrecadou mais de R$ 47 mil. E com a repercussão da história, ele ainda foi convidado por uma empresa em Belo Horizonte para trabalhar como gari.
“Só tenho a agradecer por tudo isso que está acontecendo na minha vida. Orei muito para que Deus pudesse interceder por mim e é preciso acreditar. Assim que terminar o período do aviso prévio, devo começar nesse novo emprego, que é até melhor que o de antes. Na capital o salário é maior”, diz empolgado.
Gravação de vídeo
A ideia para a gravação do vídeo, filmado pelo colega de trabalho e que repercutiu em todo o país, surgiu para que o André conseguisse recuperar a moto roubada. “Um jornalista aqui de Santa Luzia resolveu postar no Twitter para ajudar na divulgação”, relata André. E ele não esperava que tudo fosse tomar essa tamanha repercussão.
Morte da mãe
Mãe de André, a dona Neuza era aposentada e ajudava o gari em casa, em recém processo de separação. Ela tinha uma ponte de safena no coração e precisou passar por uma nova cirurgia, porém não resistiu e faleceu na última terça-feira (7). Os profissionais do hospital Madre Tereza pediram que André fosse até a unidade. Como ele não tinha condições de pagar o estacionamento do local, ele teve que deixar a moto no lado de fora.
Totalmente abalado pela notícia da morte da mãe, André ainda precisou lidar com o furto do veículo, também usado para trabalhar como entregador durante a noite. “Eu estava tão sem chão com tudo isso que só conseguir procurar a polícia na sexta-feira. Passei cinco dias de cama, chorando feito criança”, emociona.
Fonte: O Tempo