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Fernandopolense é única brasileira escolhida em Programa de Intercâmbi

Fernandopolense é única brasileira escolhida em Programa de Intercâmbi

Em programa do governo dos EUA, Lania ministrará aulas sobre questões contemporâneas da América Latina

Em programa do governo dos EUA, Lania ministrará aulas sobre questões contemporâneas da América Latina

Publicada há 7 anos


Brasileira já está nos Estados Unidos para trabalhar como docente



Por Josanie Branco


A lcançar o sucesso profissional é o objetivo de praticamente todas as pessoas, independentemente de sua área de atuação. Enquanto para alguns a realização na carreira tem a ver com ganhar muito bem e exercer um alto cargo na hierarquia de uma empresa, para outros o sucesso está em uma vaga que permita viajar muito ou que proporcione mais tempo com a família. Cada pessoa atribui um significado diferente ao sucesso profissional, mas em comum todas querem usufruir de estabilidade e tranquilidade, em um cargo, empresa ou mesmo condições que proporcionem plena satisfação. Seja qual for esse objetivo, alcançá-lo depende principalmente de planejamento, persistência, disciplina e motivação e assim tem sido a vida da fernandopolense Lania Stefanoni Ferreira, que aos 36 anos de idade dá o mais importante passo profissional da sua vida, sendo a única brasileira escolhida para o Programa de Intercâmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos da América. Em entrevista a este o “O Extra.net”, Lania conta com detalhes sobre essa significativa conquista. 


EXTRA: Você foi convocada para lecionar em Boston. Como aconteceu esse processo e como seu nome foi escolhido para representar o Brasil? 

LANIA: Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade e dizer que é um prazer compartilhar essa trajetória com “O Extra.net”. Para entender como se deu este processo é preciso saber um pouco sobre o Programa de Intercâmbio Educacional e Cultural do Governo dos Estados Unidos da América que foi criado em 1946 e tem como principal objetivo ampliar o entendimento entre os EUA e outros países. Durante toda a sua existência, este programa já concedeu mais de 370 mil bolsas de estudo, pesquisa e ensino a cidadãos norte-americanos e de outros 150 países. Este programa atua no Brasil por meio da Instituição Fulbright, responsável pelo processo Schoolar In Residence (SIR) do qual eu participei. No inicio de 2016 a Fulbright abriu um edital do SIR e eu me inscrevi. O edital solicitava um professor com doutorado e expertise em questões contemporâneas da América Latina, sendo uma vaga a ser disputada entre o Brasil e Costa Rica. Como possuo doutorado em Ciências Sociais, pela Universidade Estadual de Campinas, na área de questões étnica/raciais no mercado de trabalho brasileiro, percebi que meu perfil se enquadrava e então dei inicio ao processo de inscrição e seleção que era composto por: análise de currículo, projeto e plano de ensino e docência para o cargo, duas cartas de referência e recomendação e atestado de proficiência em inglês.   


EXTRA: Como será seu trabalho nos Estados Unidos? Por quanto tempo você permanecerá no país? 

LANIA: O programa SIR solicita que eu ministre aulas sobre questões contemporâneas da América Latina, as quais estarão voltadas para os estudos que desenvolvi sobre questões étnico/raciais, para alunos de graduação no Regis College, uma faculdade norte americana localizada em Weston, Masssachussetts. O período de atuação no Regis College será de 9 meses. 


EXTRA: Você um dia imaginou trabalhar fora do Brasil, mesmo que temporariamente? 

LANIA: Havia um desejo de estudar fora do país quando eu estava no meu doutorado, mas seria como estudante neste caso. Agora é diferente, eu vou atuar como docente em uma instituição de ensino superior e terei a oportunidade de ministrar aulas a respeito de temas que eu pesquiso e estudo desde o tempo de minha graduação, abordar um pouco da nossa cultura para uma outra nacionalidade, tentar explicar como nós brasileiros organizamos nossas estruturas sociais e culturais, isso será extremamente gratificante. Pois ninguém melhor que nos mesmos para explicitar como são operacionalizadas estas questões que aos outros, de outra cultura, pode parecer tão diferente. 


EXTRA: De que forma você acredita que essa experiência contribuirá para sua vida? 

LANIA: Essa experiência contribuirá não apenas profissionalmente, uma vez que terei a oportunidade de atuar como docente lá. Mas principalmente como ser humano e pessoa, visto que estarei diretamente vivenciando outra cultura com seus hábitos e costumes e certamente isto nos dá a oportunidade de crescer e enxergar o mundo de uma perspectiva maior com toda sua diversidade e multiculturalidade. 


EXTRA: Conte-nos um pouco sobre a escolha da sua profissão? 

LANIA: Fiz colegial no Colégio Objetivo de Fernandópolis entre 1995-1999, e naquela época eu tive aulas de história com a socióloga - Isabel Cristina Pricoli Calvo – as aulas desta professora eram formidáveis e nos ampliava a visão de mundo, com reflexões e questionamentos sobre quem éramos enquanto ser social. Foi então, neste período que eu tive meu primeiro contato com o profissional de ciências sociais e a partir daí, encantada com esta profissão, decidi prestar vestibular nesta área.  Em 1998 eu entrei no curso de bacharelado em Ciências Sociais da UFSCar, fiz mestrado em Cultura e Sociedade (2004) na UFSCar, licenciatura em Ciências Sociais pela Unicamp (2010) e doutorado em Ciências Sociais pela Unicamp (2010). Desde 2004 atuo como docente na área de Ciências Sociais, em particular lecionando aulas de sociologia em Instituições de Ensino Superior. E atualmente sou professora adjunto I, no Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo.



Lania faz questão de homenagear os pais Joaquim e Rosalina, que muito a incentivaram neste projeto e todos os outros de sua vida



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