MINUTINHO
Se eu morrer amanhã
Por: André Gustavo Ricci
Nota: Ele enviou e-mail com essa mensagem aos seus amigos no sábado, 17-07-2004 e no domingo 18.07.2004, com 24 anos, faleceu vítima de um acidente.
“Se eu morrer antes de você, faça-me um favor: chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: - Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus! - Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas? Então ore para que nós vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu... Ser seu amigo... Já é um pedaço dele...”.
CRÔNICA
Mais cinco minutos
Por: Autoria desconhecida
Num parque, perto de um playground, uma mulher sentou-se em um banco, ao lado de um homem, pondo-se a afirmar:
- Aquele logo ali é meu filho - disse apontando para um pequeno menino usando um suéter vermelho e que brincava no escorregador.
- É sem dúvida um bonito garoto – respondeu o homem, completando – aquela, usando vestido branco, pedalando sua bicicleta, é minha filha.
Então, olhando o relógio, o homem levantou-se e gritou para a sua filha:
- Melissa, já está ficando tarde. O que você ê acha de irmos?
E a pequena respondeu, suplicando:
- Mais cinco minutos, pai. Por favor! Só mais cinco minutos!
O homem balançou a cabeça concordando e menina continuou pedalando sua bicicleta, cheia de alegria em seu coração.
Os minutos se passaram (muito mais que cinco), até que o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:
- Hora de ir agora, filhinha?
Outra vez Melissa pediu:
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutinhos!
O homem sorriu e disse:
- Está bem! Então está certo!
Vendo a situação, a mulher ainda ao seu lado, não resistiu e comentou:
- O senhor é certamente um pai muito paciente pelo que posso ver!
O homem sorriu, virou-se e disse:
- Talvez sim, mas o certo é que o irmão mais velho dela, se chamava André e faleceu, no finalzinho do ano passado, atropelado por um motorista bêbado, enquanto brincava em sua bicicleta perto daqui. Eu nunca tive muito tempo e não passei muitas horas com ele. Hoje eu daria qualquer coisa da minha vida por apenas mais cinco minutos com ele. Então eu prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para brincar. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para ficar com ela.