Breno Guarnieri

Se há um problema pelo qual o comércio local passa com muita frequência é a falta de troco. O anúncio da nova cédula de R$ 200 pelo Banco Central, recentemente, não agradou, em Fernandópolis, setores da economia que lidam diretamente com o dinheiro em espécie. Mototaxistas, motoristas de aplicativo e comerciantes, que já enfrentam dificuldades para trocar notas de R$ 100 e R$ 50, preveem ainda mais transtornos com a nota maior.

Manoel Martins Ferreira, proprietário de um restaurante, por exemplo, já avalia o quanto precisará deixar no caixa do negócio para trocos com a nota de R$ 200 em circulação. "Vou precisar deixar mais dinheiro disponível no caixa, na expectativa de facilitar o troco. Será uma quantia que não poderei usar e ficará mais exposta", diz.

Para Amanda Gabriela, proprietária de uma loja de roupas, é uma situação delicada. “Eu vendo unidades de R$ 20 e muitas pessoas entram na loja, e, realmente, só compram uma peça de roupa. Talvez a gente tenha que dar R$ 180 de troco de uma só vez. Será uma preocupação também saber se a nota entregue pelo cliente é verdadeira ou não. O receio existe, ainda mais por ser uma nota nova", avalia.

"Eu trabalho com delivery e, às vezes, o cliente pede troco para R$ 50 ou R$ 100. Agora, vamos ter que nos preparar para o possível pagamento com a nota de R$ 200, que vai levar todo o dinheiro trocado do caixa. Imagina uma compra de R$ 30 sendo paga com uma nota de R$ 200", diz Sérgio Nogueira. 

De acordo com o Banco Central, a nova cédula entrou em circulação no início de setembro, e a previsão é que sejam impressas 450 milhões de cédulas de R$ 200 em 2020. O Conselho Monetário Nacional autorizou, no final de julho, o valor de R$ 113,4 milhões para impressão das cédulas de R$ 200 e 170 milhões de cédulas de R$ 100.