Da Redação
Pela primeira vez, o telefone celular ultrapassou o computador como dispositivo mais utilizado pelos brasileiros para o acesso à internet, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2015 do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil), divulgada nesta terça-feira (12) pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação).
Ao todo, 89% dos internautas do país acessam a Internet pelo telefone celular, enquanto 65% optam por computadores (mesa e portátil) ou tablets. Na edição anterior, eram 80% pelo computador e 76% pelo telefone celular.
Mas, o que chama mais a atenção no levantamento, é o índice de brasileiros que dependem apenas do smartphones para o acesso à internet, que subiu de 19%, em 2014, para 35%, em 2015. O uso exclusivo de celulares é ainda mais recorrente entre as classes sociais menos favorecidas, e de áreas rurais.
Como aponta o estudo, 65% dos brasileiros de classes D e E que utilizam a internet dependem do telefone celular. O mesmo acontece nas áreas rurais, onde a dependência é de 56%.
Mas, ainda que reconheça a importância dos celulares para ampliação do acesso dos brasileiros à rede, Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, ressalta os riscos dessa limitação. “Essa experiência de uso é completamente diferente e limita essas pessoas ao desenvolvimento de funções mais complexas e cada vez mais requeridas pela nova economia digital”, explica. “Essas pessoas serão muito boas em postar fotos nas redes sociais, ver mensagens e fazer buscas. Mas, será que saberão fazer planilhas? Será que terão a oportunidade de ter acesso a cursos online?”, questiona.
Como reforça Barbosa, é a partir da combinação do uso de diversos dispositivos, cada um com suas peculiaridades, e de aplicativos de maior complexidade que se possibilita o desenvolvimento de habilidades digitais mais sofisticadas.
Em sua 11ª edição, a pesquisa TIC Domicílios 2015 realizou entrevistas em mais de 23 mil domicílios em todo o território nacional, entre novembro de 2015 e junho de 2016, com o objetivo de medir o uso das tecnologias de informação e comunicação, o acesso individual a computadores e à Internet, atividades desenvolvidas na rede, local de acesso, frequência de uso, entre outros indicadores.