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Telefones públicos funcionam, mas 'convivem' com o esquecimento
Telefones públicos funcionam, mas 'convivem' com o esquecimento
Abandonado pela maioria, orelhão só é lembrado em casos de emergência
Abandonado pela maioria, orelhão só é lembrado em casos de emergência
Orelhão, situado ao lado da Munheca, o qual dona Sueli precisou utilizar, em uma emergência, quando a bateria do seu celular acabou
Por Breno Guarnieri
O telefone público, mais conhecido como orelhão, era uma grande novidade na década de 70 e chamava atenção de qualquer um pelo seu formato oval, porém, hoje em dia passa despercebido pela maioria das pessoas nas ruas de Fernandópolis. Isso porque, segundo dados da Agencia Nacional de Telecomunicações, a Anatel, o orelhão vem perdendo espaço cada vez mais para os aparelhos móveis.
Segundo apurou a Reportagem de “O Extra.net”, ao questionar as pessoas sobre a frequência do uso do orelhão, grande parte nem se lembra quando foi a última vez que utilizou tal serviço. “Nossa, nunca uso. Nem lembro a última vez que telefonei de um orelhão”, destaca o engenheiro civil Ricardo Marques, 32 anos. Porém, praticamente todos os entrevistados confessaram que o esquecido orelhão é ainda a saída para casos de emergência.
Foi o que aconteceu com a dona de casa Sueli Lopes, 39, que um dia desses precisou recorrer a um dos orelhões instalados próximo a sua residência, situada no Higienópolis, zona leste de Fernandópolis. “Usei devido a uma emergência. É raro isso acontecer”, diz. Ela confessa que só lembrou-se do equipamento como última alternativa, porque seu celular ficou sem bateria e precisava fazer uma ligação.
Devido a essa e outras situações, que apesar do abandono, o aparelho continua nas ruas para atender as necessidades de toda a população, mas a preferência ainda é o celular.
NA REGIÃO CENTRAL DA CIDADE...
a presença destes equipamentos chama a atenção na Praça da Matriz. O comerciante Edson Damasceno, 32, alerta que é importante que o telefone público esteja sempre funcionando, pois há números emergenciais e gratuitos.
Edson adquiriu o seu primeiro celular em 2008. “No começo a ligação era muito cara, eu usava pouco o aparelho móvel e precisava do orelhão. As ofertas das operadoras de celular atraem muito o consumidor. Dessa forma, o telefone público acabou perdendo espaço”, observou.
A empresa de telefonia responsável afirma que as manutenções são feitas periodicamente. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) obriga que o aparelho danificado seja consertado no prazo máximo de oito horas.
PROCURA QUASE INEXISTENTE
Outra dificuldade encontrada por quem pretende utilizar um orelhão é encontrar cartões telefônicos. Segundo Carla Gonçalves, 29, comerciante na região central de Fernandópolis, a procura é cada vez menor. “Há dias em que ninguém procura pelo produto. Consigo vender três ou quatro cartões por mês”, salienta.
Ainda para Carla, a baixa nas vendas pode ser explicada pelo fácil acesso à telefonia móvel. Outro detalhe é que os cartões vendidos atualmente são muito menos atraentes do que os do passado, que eram até colecionáveis.