O valor do serviço

O valor do serviço

O que mais vale? A virtude inerte ou o serviço de um pecaminoso?

O que mais vale? A virtude inerte ou o serviço de um pecaminoso?

Publicada há 4 anos

MINUTINHO

Semeando luz

Por: Redação do Momento Espírita

A vida se assemelha a um campo, onde as sementes lançadas sempre encontram um terreno fértil para a germinação.

Somos todos semeadores a espargir sementes, a lançar os germes dos frutos que logo mais colheremos.

Todo o bem, o belo, o correto e o justo que resultam de nossas ações, são as sementes que lançamos nas estradas da vida.

Não de outra forma, os disparates, os desequilíbrios, as injúrias e fofocas também terão destino certo em nosso caminhar.

Todas as sementes lançadas terão seu tempo de germinação. Cabe ao semeador o dever intransferível de colher seus frutos, de proceder à colheita devida.

Por justiça Divina, será sempre das nossas obras, do nosso proceder o resultado que colheremos na lavoura que nos cabe.

Assim, se hoje colhemos frutos amargos, seja nas dificuldades ou carências, ou ainda em injustiças e traições, são essas as sementes que lançamos um dia e hoje frutificaram dessa forma.

Inevitavelmente colhemos aquilo que anteriormente ofertamos para a vida. E, por lógica e Justiça Divinas, amanhã será a colheita das sementes que hoje espargimos.

Dessa forma, é natural que as mãos agora sangrem com os espinhos que estamos a colher. São apenas os reflexos de nossas ações inconsequentes do ontem. Porém, amanhã será o momento de colher as sementes que estamos espalhando, nestes dias, nos caminhos da vida. Por isso, lembremos: se a colheita é obrigatória, a semeadura é livre.

CRÔNICA

O valor do serviço

Por: Néio Lúcio

O livro “Jesus no lar” contém algumas lições que o Mestre ministrou no círculo mais íntimo dos seguidores da primeira hora. Em uma delas, narra que Filipe, velho pescador de Cafarnaum, encanta-se com os ensinos do Cristo. Desejoso de aprender comenta a respeito da diferença entre os justos e os injustos. Tudo com o propósito de destacar o valor da santidade na Terra.

Jesus ouve calmamente e conta, com bondade, uma história:

Certo homem, de vida exemplar, alcançou posição de grande respeito público. Seus dias eram dedicados a orações e jejuns, no recinto do templo. Conhecia a lei como ninguém. Decorara os mais importantes textos desde Moisés aos profetas mais recentes. Quando passava pelas ruas, as próprias crianças se curvavam, reverentes. Alimentava-se de forma comedida. Vestia túnica sem mancha e evitava falar com qualquer pessoa considerada impura.

Aconteceu, no entanto, que uma grande peste atingiu cidade próxima a Jerusalém. Então, um anjo do Senhor desceu à Terra para socorrer necessitados e doentes, em nome da Divina Providência.

Naturalmente, ele precisava de mãos humanas, através das quais pudesse trabalhar em benefício dos enfermos.

Lembrou-se de imediato daquele homem santo, conhecido da Espiritualidade Superior, por seus votos de perfeição espiritual. Mas, o devoto se achava profundamente mergulhado em suas contemplações, em seus jejuns. Não dispunha de uma mínima condição para ouvir qualquer pensamento de socorro às vítimas da epidemia. Não havia espaço, em sua intimidade, para pensar em cooperação, considerando que ele evitava o menor contato com o mundo vulgar.

O anjo insistia no chamamento, sem que a situação se modificasse.

Porém, a peste era exigente e não admitia demora.

O mensageiro do céu recorreu a outras pessoas amantes da lei.

Nenhuma, entretanto, se julgava habilitada a contribuir. Ninguém desejava se arriscar.

Como a necessidade era urgente, pelos fios invisíveis do pensamento, o enviado divino conseguiu ser ouvido por antigo criminoso, que buscava a própria regeneração. Esse não teve dúvidas, nem hesitação. Obedeceu ao doce chamamento e, sem demora, se entregou ao socorro dos contaminados. Providenciou o enterro de cadáveres, improvisou remédios, semeou o bom ânimo e aliviou os aflitos. Dessa forma, conquistou para si sólidas amizades no céu, adiantando-se de maneira rápida, no caminho do paraíso.

Os presentes registraram a pequena história, entre a admiração e o desapontamento.

Foi então que o Senhor Jesus explicou que a virtude é sempre grande e venerável. Mas não deve se cristalizar à maneira de joia rara e sem proveito. O amor cobre a multidão dos pecados e deve inspirar o serviço santificante. Os pecadores laboriosos e convertidos ao bem encontram a companhia dos anjos muito antes que os justos ociosos.

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