O ciclo da violência

O ciclo da violência

O início, o meio e o fim cíclico que parece interminável

O início, o meio e o fim cíclico que parece interminável

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Segue e confia

Por: Meimei

Quantas vezes as ocorrências calamitosas te induzem a esmorecer na jornada do Bem. Em muitas ocasiões, tremes à frente dos acontecimentos infelizes que se te afiguram conjugados para te subtraírem a fé e te arrojarem à exaustão.

Entretanto, no auge das lágrimas, eis que o socorro de Deus te surge por luz nas trevas!

Conserva acesa a lâmpada de tua fé e segue adiante, clareando o caminho.

Recorda os irmãos da estrada, para muitos dos quais uma réstia de luz é um tesouro dos Céus.

Na Terra, por muito tempo ainda, a ventania da adversidade soprará, sob as nuvens da provação, assumindo formas diversas.

Virá nos dias cinzentos da enfermidade, nas horas vazias quando os entes mais queridos te releguem a sós, nas expressões agressivas daqueles que ainda não se te harmonizam com os ideais, na carência afetiva dos momentos de solidão, no congelamento indefinido de teus mais belos sonhos ou na perda de criaturas amadas que te antecedem no Mais Além ou que se te afastam da senda para se atirarem nos precipícios da aventura, na condição de vivos-mortos.

Ainda assim, segue sempre e não temas.

Quando os empeços se te fizerem tão grandes à frente, qual se o Céu te houvesse esquecido, guarda-te na confiança, porque todo ápice de sofrimento significa que o socorro vem vindo.

CRÔNICA

O ciclo da violência

Baseada em estudo de Alberto Almeida

Conta-se que certo general passou a noite inteira sem conseguir pregar o olho. Pela manhã, estava muito irritado e chegando ao quartel, mal viu o coronel, dirigiu-lhe palavras rudes de admoestação, por coisa nenhuma.

O coronel engoliu em seco a própria raiva, pois não podia externar o que lhe ia à intimidade ao seu superior. Saiu da sala e, encontrando o tenente no corredor, gritou com ele, falando da sua incompetência em resolver questões de somenos importância no quartel.

O tenente ficou vermelho. Sentiu o sangue quase explodir no cérebro, mas mordeu a língua para não se alterar com o seu comandante. Bateu continência e foi para o pátio, onde encontrou o sargento, que se preparava para os exercícios com seus subordinados.

Asperamente se dirigiu a ele, deixando-o com muita raiva. O sargento esperou que o tenente se afastasse, rodou sobre os calcanhares e se encaminhou até o cabo, que lhe recebeu toda a agressividade guardada.

O cabo não gostou de ser xingado por algo que não fizera. E acabou despejando a sua ira no primeiro soldado que encontrou, a caminho do seu alojamento. Reclamou de tudo, deixando o pobre homem arrasado.

Como o soldado estava em final de expediente, saiu do quartel e se dirigiu ao terminal de ônibus. Quando subiu no coletivo, perdeu a calma com o cobrador que disse não ter troco para a nota que ele apresentou.

O motorista do ônibus assistiu tudo, tomou as dores do cobrador, mas, com medo de reagir porque a pessoa em questão era um militar, se calou.

Contudo, quando chegou a casa, trazia dentro de si toda a raiva que segurara durante as últimas horas de trabalho e, porque a esposa demorasse em colocar a comida à mesa, ele lhe dirigiu palavras inadequadas, grosseiras e ofensivas.

O motorista era um homem grande e ela miúda, por isso ela achou mais prudente ficar quieta. Entretanto, ao passar pelo seu quarto, viu a filha de oito anos mexendo em seu estojo de maquiagem. Era algo que ela fazia sempre.

Mas, naquele dia, a mulher se encolerizou, brigou com a garota, e a mandou para o quintal. A menina não entendeu a reação da mãe e foi despejar toda a sua raiva num cão que estava amarrado, nos fundos da sua casa.

O pobre animal sentiu o pontapé e recebeu a carga negativa que a criança despejou.

Como não tinha nada mais a fazer, externou a sua vontade de morder, de reagir, uivando a noite inteira.

Adivinhem quem morava na casa ao lado e não conseguiu dormir? Isso mesmo! O general do começo da história.

últimas