A parábola dos copos

A parábola dos copos

Um era fina e sofisticado; o outro rústico e "pau para toda obra"

Um era fina e sofisticado; o outro rústico e "pau para toda obra"

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Segue e confia

Por: Autoria desconhecida

Será inútil dizer “PAI NOSSO” se em minha vida não ajo como filho de Deus, fechando meu coração ao amor. 

Será inútil dizer “QUE ESTAIS NO CÉU” se os meus valores são representados pelos bens da Terra. 

Será inútil dizer “SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME” se penso apenas em ser cristão por medo, superstição e comodismo. 

Será inútil dizer “VENHA A NÓS O VOSSO REINO” se acho tão sedutora a vida aqui, cheia de supérfluos e futilidades. 

Será inútil dizer “SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU” se no fundo desejo mesmo é que todos os meus desejos se realizem. 

Será inútil dizer “O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE” se prefiro acumular riquezas, desprezando meus irmãos que passam fome. 

Será inútil dizer “PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TENHA OFENDIDO” se não me importo em ferir, injustiçar, oprimir e magoar os que atravessam o meu caminho. 

Será inútil dizer “E NÃO NOS DEIXEI CAIR EM TENTAÇÃO” se escolho sempre o caminho mais fácil, que nem sempre é o caminho de Deus. 

Será inútil dizer “LIVRAI-NOS DO MAL” se por minha vontade procuro os prazeres materiais, e se tudo que é proibido me seduz. 

Será difícil dizer “AMÉM” porque sabendo que sou assim, continuo me omitindo e nada faço para me modificar. 

CRÔNICA

A parábola dos copos

Por: Autoria desconhecida

Em uma casa havia dois copos: um de cristal muito fino e delicado e outro que foi comprado no supermercado com geleia. O copo de geleia era o copo de uso do dia a dia. Servia para água, para dar um remédio, para servir um refresco gelado ou um chá quente, para medida culinária, enfim era “pau para toda obra”. Já o copo de cristal, por ser muito fino era guardado na cristaleira para ocasiões especiais, como quando chegasse uma visita importante (que nunca chegava). Num dia de faxina, o copo de cristal acidentalmente caiu no chão e se estilhaçou em mil pedaços e, neste mesmo dia, ao ser colocado no copo de geleia um café muito quente ele não resistiu e também se quebrou. Ambos os copos “desencoparam” (afinal a gente quando morre desencarna e copo quando quebra deve “desencopar”). Ao chegarem no “Plano Espiritual dos Copos” foram recebidos pelo severo “Senhor dos Copos” que lhes cobra: 

— Copo de geleia dá conta da tua administração.

— Ah Senhor! — responde o copo de geleia — minha vida foi de muito trabalho. Desde que nasci fui levado para uma fábrica onde me encheram de geleia e me colocaram numa prateleira de supermercado. No mesmo dia, uma dona de casa me comprou e após consumir a geleia que estava no meu interior me colocou no serviço diário. Era um tal de me colocar água gelada, café quente, remédio amargo... Até para regar planta e servir de medida para farinha de bolo eu fui usado. Até que um dia, já cansado de tanto trabalho, ao ser colocado um café quente demais, minha velha estrutura não aguentou, me vi partido em vários pedaços e aqui estou eu na Tua presença.

— Bom e fiel copo — exclama o “Senhor dos Copos” — entra na Graça do teu Senhor, foste fiel no pouco, com certeza serás fiel no muito. Passa à minha direita que trabalhos mais importantes lhe estão reservados.

— E tu, copo de cristal, da conta da tua administração.

— Bem — responde o copo de cristal — como o Senhor pode ver a minha constituição é muito bela e delicada e os serviços a mim reservados não podem ser iguais aos serviços reservados para este grosseiro copo de geleia aqui presente. Para mim, ficaram reservados os serviços mais finos e delicados.

— E que serviços foram estes? Pergunta o Senhor dos Copos.

— Na realidade, Senhor, nunca apareceu um serviço à altura da minha importância e eu fiquei enfeitando aquele ambiente, protegido naquela cristaleira, até que um dia, uma faxineira desastrada, não sabendo lidar com a minha estrutura delicada, me deixa cair no chão e aqui estou eu na Tua presença.

— Mau servo és, pois tua vida foi de completa inutilidade, passa à minha esquerda e “reencopa” no mundo material, agora como copo de geleia para ver se o que fizeres possa ser contado mais tarde como alguma coisa.

últimas