O velho samurai

O velho samurai

A lição de um guerreiro que conseguia vencer qualquer adversário

A lição de um guerreiro que conseguia vencer qualquer adversário

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Lamparinas

Por: Redação do Momento Espírita

O brilho de uma vida gloriosa não deve nos encher de orgulho. Afinal, nada do que temos nos pertence de verdade.

Tudo na Terra é passageiro, temporário. Quando menos esperamos, a fortuna se vai, a saúde fica comprometida, os amigos desaparecem.

Vangloriar-se de qualidades que não temos, de vitórias não conquistadas, falar do que sabemos e fazemos não nos torna superiores a ninguém.

Em verdade, mostra muito mais o quanto somos tolos, pensando que outros acreditarão no que ainda não demonstramos em nossa maneira de agir.

Nosso equilíbrio emocional deve repousar sobre a humildade, essa virtude que nos permite vermos, claramente, o que já somos, o que alcançamos e o quanto ainda temos a caminhar.

O orgulho e a vaidade não nos conduzem a lugar algum, a não ser ao trono dos desenganos.

Quando o orgulho se une à ilusão, passamos a nos considerar, de forma equivocada, como aqueles que nunca erram, que tudo sabem, até mesmo a correta pronúncia em outros idiomas.

E pretendemos, nessa tola ilusão, corrigirmos os demais.

Acreditamos saber tudo, de geografia à história, ciências, arte e política. Dominamos qualquer assunto.

Somente não nos damos conta de como nos tornamos ridículos com esse comportamento.

De outra parte, o orgulho, aliado à vaidade, também nos conduz à lamentação, à raiva, à revolta, porque nos acreditamos merecedores de tudo que há de melhor no mundo.

Pessoas a quem os reveses e sofrimentos não devem alcançar, de forma alguma.

Se, no entanto, cultivarmos a humildade, teremos a exata ideia da nossa estatura intelectual e moral.

Saberemos falar quando for oportuno e nos calarmos quando alguém mais sábio se expressar.

Além do que, calados, ouviremos melhor e poderemos aprender aquilo que ainda não sabemos. Ou sabemos parcialmente.

A humildade nos permite reconhecer quem realmente somos, conscientes das nossas virtudes e defeitos, capacidades e vontades.

Sobretudo nos diz que não somos superiores aos demais, mesmo que sejamos detentores de várias virtudes.

Isso porque estamos todos em processo de progresso, de evolução. O que conquistamos pode nos constituir grande vitória, mas comparado a tantos outros, pode ser quase nada.

Nosso proceder fala por nós, sem necessidade de que anunciemos pretensas virtudes ou saberes.

Pensemos nisso.

CRÔNICA

O velho samurai

Por: Autoria desconhecida

Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que se dedicava a ensinar zen aos jovens.

 Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

 Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali.

 Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama.

 O velho não aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo.

 Chutou algumas pedras em sua direção; após cuspiu em seu rosto; gritou insultos e até ofendeu seus ancestrais.

Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.

No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. Partiu sem o embate que queria.

 Desapontados, os alunos se aglomeraram e perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.

 - Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? Eis a indagação do velho samurai.

 - A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.

 - O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos, respondeu o mestre.

 - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem o carregava consigo. A sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma. Só se você permitir.

últimas