Cândido José dos Santos, dirigente regional de ensino de Fernandópolis

João Leonel

Há 5 anos no cargo, Cândido José dos Santos, dirigente regional de ensino de Fernandópolis, defende o ambiente escolar como “muito mais seguro do que as ruas, onde as crianças ficam muitas vezes aglomeradas”. 

“Temos todos os cuidados definidos pelos protocolos da Secretaria Estadual da Educação, determinados pela Comissão Médica do governo estadual. E saliento que, em ambiente escolar, os alunos respeitam todas as medidas de prevenção, respeitam muito mais do que adultos. Todos têm temperatura aferida na chegada à escola, fazem a devida higiene lavando as mãos, e temos somente 35% da capacidade de cada sala de aula. Ou seja, numa local de 50m², 60m², ficam cerca de 10 alunos e o professor, todos usando máscara, e muitas salas não contam nem com 35% dos alunos, alguns não vão, não chega a um terço do total, e também há rodízio de alunos”, defende Cândido.

Sobre o caso da mãe de um aluno de uma escola estadual, ele não confirma que o caso tenha ocorrido nas dependências do colégio.

“Temos conhecimento do falecimento da mãe de um aluno, mas ele não estava frequentando a escola na época, não há como ele ter sido infectado lá”, diz o dirigente.

A primeira tentativa do governo estadual de retomar as aulas presenciais durou pouco mais de um mês, de 8 de fevereiro a 12 de março.

Esse falecimento em questão teria ocorrido no dia 20 de março.

Cândido também confirma casos positivos de professores em uma escola na cidade de Mira Estrela. 

“Tivemos o caso de um professor que apresentou sintomas, não foi mais à escola, mas nos dias em que trabalhou teve contato com outros professores, e registramos mais seis casos”, informou Cândido.

Diferente dos números apresentados pelo dirigente de ensino, o site da APEOESP (Sindicado dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) registra 10 casos em Mira Estrela, na EE Prefeito Paschoal Castrequini. São 3 casos a mais do que informado por Cândido.

“Mais uma vez digo, o ambiente escolar é mais seguro dos que as avenidas, bares e postos com conveniências, onde há aglomeração. Nas periferias, muitas crianças e jovens também ficam aglomerados nas ruas, em praças. Nas salas de aulas há distanciamento entre os alunos, e temos que entender que, sem as aulas, há muitos prejuízos aos estudantes quanto a aspectos emocionais, é muito importante a convivência que a escola proporciona. Muitos pais foram convidados a conhecer, nas próprias escolas, as condições que trabalhamos. Os alunos só frequentam a escola com autorização dos pais, que, após irem às escolas, concordaram com o retorno. Em algumas escolas foi preciso uma semana para que todos os pais, divididos em grupos pequenos, pudessem conferir como estava o ambiente escolar e que seus filhos estariam protegidos. Posso afirmar, sobre possíveis contaminações, que a escola é solução”, declara Cândido.

O dirigente também enfatiza que nos últimos cinco anos, a Diretoria Regional de Ensino de Fernandópolis recuperou as melhores condições de trabalho, sem interferência política, conquistando a segunda melhor média de todo o estado de São Paulo.

Confira também: Professor é contra aulas presenciais: “Parece que escondem casos de Covid nas escolas”

Sem informações, Secretaria da Educação deixa realidade regional “no escuro”