AGRONEGÓCIO
Primeira antena rural 5G do Brasil possibilita aumento de produção no agronegócio
Primeira antena rural 5G do Brasil possibilita aumento de produção no agronegócio
Ainda em fase de testes a antena 5G auxilia o produtor rural a reduzir custos e aumentar a produtividade
Ainda em fase de testes a antena 5G auxilia o produtor rural a reduzir custos e aumentar a produtividade
A disponibilização da rede de internet no agronegócio vai permitir que a inspeção do plantio, por exemplo - Foto: Reprodução
Da Redação/Brasil 61
Para auxiliar o produtor rural a reduzir custos e aumentar a produtividade foi disponibilizado no Brasil a primeira antena rural para internet 5G. Ainda em fase de testes, a fazenda modelo que realiza o experimento, fica na sede do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA), no município de Rondonópolis (MT).
A disponibilização da rede de internet no agronegócio vai permitir que a inspeção do plantio, por exemplo, seja monitorada à distância. Isso graças ao uso de drones que transmitem em tempo real, vídeos e imagens em resolução 4k para a equipe técnica ou produtor, auxiliando na tomada de decisões.
A conexão se dá a partir de sensores com a captação de informações de componentes de solo, de plantas e de desempenho animal. Os dados capturados são processados em plataformas e sistemas.
O projeto é coordenado pelas empresas de telecomunicações TIM e Nokia, em parceria com a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e ConectarAgro. A iniciativa também conta com o apoio dos ministérios das Comunicações e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Nesta parceria o Mapa contribuiu para definir os pontos de implementação dos pontos-pilotos de conectividade 5G que serão instalados em localidades com alta demanda de consumo, transmissão de dados e uso intenso de tecnologias digitais como sensores, tratores, drones, máquinas, computadores, celulares, pivôs e animais chipados. Bem como a alta demanda e uso de serviços digitais como softwares, sistemas, plataformas e marketplaces”, afirmou o Mapa por meio de nota enviada à reportagem do portal Brasil61.com.
Ainda segundo a pasta, a expectativa é testar a alta capacidade de carga do 5G e se a região selecionada irá atender aos critérios técnicos.
O membro do conselho consultivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Schenkel, explica que os testes com a antena 5G já iniciaram. “Inclusive com robôs, drones, sensores, câmeras. Para identificar a presença de algum funcionário que não esteja usando EPI [Equipamento de Proteção Individual]. Para detectar algum foco de fumaça e evitar incêndios. São grandes os benefícios que teremos com o uso desses sensores e câmeras próprias para a tecnologia 5G”, diz.
O monitoramento remoto, a partir de sensores, permite também a medição da temperatura e avaliação das condições hídricas imediatas na plantação. Durante a simulação, é possível acionar a irrigação de uma determinada área a quilômetros de distância.
Ainda segundo Schenkel, a tecnologia também servirá de auxílio para manejo florestal. “Outro caso importantíssimo também é a rastreabilidade da nossa produção, seja ela com a pecuária, agricultura, produção de grãos, de fibras, etc. Hoje, até no manejo florestal, o produtor vai conseguir se beneficiar com essa tecnologia de conexão 5G, ele terá mais precisão para fazer um geoposicionamento, por exemplo, de uma árvore dentro da propriedade.”
Equipamentos de produção como os tratores também estão conectados. Ao comprar esse tipo de máquina, o produtor não adquire apenas o veículo, mas um serviço conectado. Para o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Nogueira Calvet, a tecnologia vai facilitar os trabalhos no campo.
“Um veículo autônomo [trator] é aquele guiado por ele mesmo, não tem motorista. Se nós apertarmos o freio esperamos que esse freio faça o trabalho e não passe por cima de um animal, não atropele uma pessoa. O veículo autônomo precisa ter essa rapidez, que vai ser permitida pela tecnologia 5G.”
Leilão do 5G
Para a implementação do 5G no Brasil, será feito leilão das frequências de operação da nova geração de internet móvel. Discutido em diversas audiências públicas ao longo de 60 dias em 2020, o leilão é considerado não arrecadatório, já que todas as verbas levantadas serão investidas em infraestrutura de comunicação e aprimoramento da conectividade em áreas ainda carentes.
No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal até julho de 2022. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo é julho de 2029.
Também previsto no edital do leilão, os locais onde os brasileiros ainda dependem de antenas parabólicas para assistir à programação da TV aberta vão receber receptores mais modernos, que serão substituídos e instalados gratuitamente. Isso porque a frequência utilizada por esses equipamentos pode sofrer interferência do sinal do 5G.
De acordo com a nota enviada pelo Mapa, “com o leilão da conexão 5G, o agronegócio será beneficiado não só pelo provimento da tecnologia com as torres, mas, principalmente, pelo fato de o leilão trazer a previsão de contrapartida às operadoras e distribuidoras de 5G o aporte de conectividade e conexão no modelo Telecom (2, 3 e 4G) nas comunidades com até 600 habitantes. Como essas comunidades são predominantemente agrícolas, seguramente, o leilão 5G contribuirá para os pequenos, médios e grandes produtores rurais brasileiros.”
O leilão do 5G será a maior oferta de espectro da história da Anatel. A licitação das radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz está prevista para o primeiro semestre deste ano e proporcionará maior volume de recursos de espectro para que as operadoras de telecomunicações possam expandir suas redes.
Fonte: brasil61.com