O julgamento apressado

O julgamento apressado

A estória de dois vizinhos e seus animais: um coelho e um cachorro

A estória de dois vizinhos e seus animais: um coelho e um cachorro

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

A grave problemática da corrupção

Por: Adaptação

Conforme o dicionário, corrupção é adulteração, deturpação, alteração, desvirtuamento, entre outros significados.

Nos dias em que vivemos, muito se tem falado a respeito dela. E pensamos que corrupção esteja intimamente ligada aos que exercem o poder público. Ledo engano. Está de tal forma disseminada entre nós, que, com certeza, somos poucos os que nela não estejamos envolvidos, de alguma forma.

Vejamos alguns exemplos.

Quando fabricamos um produto com qualificação inferior, para alcançar maiores lucros, e o vendemos como de qualidade superior, estamos sendo corruptos.

Quando adquirimos uma propriedade e, ao procedermos a escrituração, adulteramos o valor, a fim de pagar menos impostos, estamos disseminando corrupção.

Ao burlarmos o fisco, não pedindo ou não emitindo nota fiscal, estamos nos permitindo a corrupção.

É como se houvesse, entre todos, um contrato secretamente assinado no sentido de “Eu faço, todos fazem e ninguém conta para ninguém”. Com a desculpa de protegermos pessoas que poderão vir a perder seus empregos, não denunciamos seus atos lesivos.

Atos como o do funcionário que se oferece para fazer, em seus dias de folga, o mesmo serviço, a preço menor do que aquele que a empresa a que está vinculado estabelece. Ou daquele que orienta o cliente, no próprio balcão, entregando cartões de visita, a buscar produto de melhor qualidade e melhor preço, segundo ele, em loja de seu parente ou conhecido. 

Corrupção é sermos pagos para trabalharmos oito horas e chegarmos atrasados, ou sairmos antes, pedindo que colegas passem o nosso cartão pelo relógio eletrônico.

É conseguirmos atestados falsos, de profissionais que a isso se prestam, para justificarmos nossa ausência do local de trabalho, em dias que antecedem feriados ou outras datas de nossa conveniência.

É promovermos a quebra ou avaria de algum equipamento na empresa, a fim de termos algumas horas de folga.

Corrupção é aplaudirmos nosso filho que nos apresenta notas altas nas matérias, mesmo sabendo que ele as adquiriu à custa de cola. E que dizer dos que nos oferecemos para fazer prova no lugar do outro? Ou realizar toda a pesquisa que a ele caberia fazer?

Examinemos com mais vagar tudo que fazemos.

Mesmo porque nossos filhos têm os olhos postos sobre nós e nossos exemplos sempre falarão mais alto do que nossas palavras.

Desejamos, acaso, que a situação que vivemos em nosso país tenha prosseguimento? Ou almejamos uma nação forte, unida pelo bem, disposta a trabalhar para progredir, crescer em intelecto e moralidade?

Em nossas mãos, repousa a decisão.

Se desejarmos, podemos iniciar a poda da corrupção, hoje mesmo, agora. E se acreditamos que somente um de nós fazendo, tudo continuará igual, não é verdade. Os exemplos arrastam.

Se começarmos a campanha da honestidade, da integridade, logo mais os corruptos sentirão vergonha dos seus atos. Receberão admoestações e punições, em vez de aplausos e se perceberão desonestos em vez de espertos. E, convenhamos, se não houver quem aceite a corrupção, aqueles que a propõem acabarão por si mesmos.

CRÔNICA

Julgamento apressado

Por: Meu Sonho Não Tem Fim

Dois vizinhos. O primeiro, comprou um coelho para os filhos.  

Os filhos do outro vizinho pediram um bichinho de estimação para o pai. O homem comprou um filhote de pastor alemão.

Conversa entre os dois vizinhos:

- Mas ele vai comer o meu coelho!

- De jeito nenhum. Imagina! O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Não vai haver problemas.

E, parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos se tornaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.

As crianças, felizes com a harmonia entre os dois animais.

Eis que o dono do coelho foi passar um final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso numa sexta-feira.

No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de sangue e terra, morto.

- O vizinho estava certo, e agora?

A primeira reação foi agredir o cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um minuto de civilidade. Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo.

- O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso! Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? 

Todos se olhavam. O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.

- Já pensaram como vão ficar as crianças?

Não se sabe exatamente de quem foi a ideia, mas parecia infalível!

- Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na casinha no seu quintal.

Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim o fizeram. 

Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho dormindo.

Logo depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças.

Descobriram! Não se passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta.

Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.

- O que foi? Que cara é essa?

- O coelho..., o coelho...

- O coelho o que? O que tem o coelho?

- Morreu!

- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.

- Morreu na sexta-feira!

- Na sexta?

- Foi. Antes de viajar, as crianças o enterraram no fundo do quintal!

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