Felipe Sigollo, reitor da Universidade Brasil - Foto: Divulgação

João Leonel

Após matéria publicada pelo “Extra.net”, relatando a insatisfação de alunos do curso de Medicina da Universidade Brasil quanto a necessidade de realizarem uma prova presencial no campus de Fernandópolis, o reitor Felipe Sigollo se manifestou.

“Lembro que 1345 alunos é o total de alunos do curso de Medicina. Não serão todos que farão as provas presenciais, serão 700 alunos, já que os que estão no Internato não participarão desta avaliação, que ocorrerá durante 6 dias, de 7 a 12 de junho, das 7h às 21h. Fizemos um cronograma para não haver encontro de grupos, sem aglomeração. Temos 25 salas que serão utilizadas em rodízio, devidamente preparadas e arejadas. Não vamos arriscar nada, vamos fazer do jeito que tem que fazer, e essa possibilidade existe desde março. Entendo que alunos cancelaram o aluguel, tudo bem, mas tem que saber que em determinado momento voltará. Tem hotel em Fernandópolis, Votuporanga, tem como virem para fazer a prova. Desde que assumi a reitoria, em abril do ano passado, no meio da pandemia, ainda não tivemos aula presencial de Medicina. Considero que se trata de um grupo pequeno que está fora da cidade, muitos vivem o dia a dia da cidade desde o início do curso, não haverá a vinda de 700 alunos, já que a grande maioria está aqui. A medicina é o curso mais importante, que salva vidas. Priorizamos isso. Lembro que o curso ainda está sob supervisão pelo Ministério da Educação”, declarou Sigollo em contato com a reportagem.

O reitor também citou a decisão do Supremo Tribunal Federal desta sexta-feira (21). Por maioria, o STF votou por manter a realização das provas presenciais do concurso da Polícia Federal marcadas para o próximo domingo, dia 23. 

Confira, na íntegra, a Carta Aberta aos alunos do curso de Medicina, enviada por Felipe Sigollo:

“As provas finais do curso de Medicina da Universidade Brasil serão presenciais, conforme divulgado. E temos todos motivos para isso. Primeiro porquê o curso é presencial. No EAD, por exemplo – o modelo híbrido que estamos adotando – as aulas são online, mas as provas são presenciais. Do ponto de vista legal, a portaria MEC 1038/2020, determina que aulas sejam presenciais a partir de 1 de março. Só estamos online porque até recentemente havia decretos com restrição da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado de SP. Precisamos garantir a integridade do curso e do processo avaliativo. Necessitamos das listas de presença assinadas por cada aluno. Será obrigatório apresentar um documento de identificação para poder assiná-las. Os nomes estarão em listas próprias, permitindo firmar somente quem esteja devidamente matriculado e tudo isto será juntado no processo administrativo no MEC, inclusive para comprovação do número de alunos. Nas primeiras provas que foram online houve reclamações do tempo das provas, da conexão. No presencial, o tempo será mais amplo. E repito: só fará a prova quem estiver efetivamente matriculado. No online poderia haver distorções e preenchimento de prints por alunos em abandono, equivocadamente. Não se trata de vontade. Estamos cumprindo a legislação vigente. Temos obrigação de fazer da forma tradicional. Mais do que qualquer outra Instituição de Ensino Superior, precisamos dar o exemplo e estar em perfeita sintonia com a Lei. Simples assim. Não há respaldo legal para fazer provas online, ainda mais sem requisitos de segurança e de integridade. É óbvio que todos estão cientes do contexto atual e isso será levado em consideração na elaboração. A prova será calibrada pelos professores, tendo em vista o conteúdo dado no semestre. Não há o que se falar em relação a saúde e biossegurança. As salas são amplas, arejadas e dotadas das necessidades específicas do momento. As provas estão espaçadas, planejadas e bem dimensionadas. Atualmente no campus, as aulas práticas dos cursos de saúde já retornaram presencialmente e estão transcorrendo normalmente. Estamos vacinando os alunos dos últimos anos gradativamente. Tudo isso impacta na qualidade do curso. Esta gestão, incluindo mantenedora, direção, coordenadores, docentes e técnicos, não medirá esforços para recuperar a merecida nota máxima no MEC que este curso sempre fez jus e merece. Boas provas, alunas e alunos!”