A cadeira vazia

A cadeira vazia

Qual o significado da cadeira à beira de um leito no hospital?

Qual o significado da cadeira à beira de um leito no hospital?

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Preserve a esperança

Por: Divaldo Franco

Vive-se na Terra um dos seus momentos caóticos.

Muitas conquistas tecnológicas jamais imaginadas e um comportamento ético-moral desastroso.

Em todo lugar, o sofrimento campea, empurrando a sociedade para os abismos da insania e da perda do sentido existencial.

Até pessoas sensatas e portadoras de alvos elevados sentem a agressividade que se encontra no ar e o desespero que vai crescendo na intimidade da família.

As imposições estabelecidas pelos órgãos internacionais de saúde produzem rebeldia e desespero, que exploram no convívio dos lares pela falta de estrutura emocional dos seus membros para uma convivência harmônica e produtiva.

Por um lado, o isolamento evitando formar grupos que se tornam perigosos pela facilidade de poluição da peste e, por outro, a presença no lar o mais possível.

Saturação doméstica torna-se surdas animosidades que exploram de forma desastrosa entre os cônjuges e / ou com as crianças inquietadas nos pequenos espaços do lar.

O ser humano é um indivíduo eminentemente social, que tem necessidade de conviver com toda a sua espécie e com a vida que o rodeia. Quando se isola, está em uma crise interior, expressando alguma patologia correspondente à situação que atravessa.

Através da história, percebemos que sua evolução antropológica foi alcançada com grande esforço moral, constituindo a civilização que guia seu comportamento.

O abandono do convívio em grupo o torna estranho, desconfiado, agressivo, como se fosse obrigado a ferir antes de ser alcançado.

Todos os dias, junto aos altos índices de óbitos pela pandemia, pelo desânimo, pelo medo e pela insegurança o atordoam, sentindo-se enganado pelos meios de comunicação, quase nunca fiéis aos fatos, sempre com notícias imprudentes e pessimistas.

Não é a primeira vez que a sociedade enfrenta uma situação equivalente.

De vez em quando, ao longo do tempo, surgem situações deste gênero ou semelhantes, dando a ideia de que está chegando o fim dos tempos.

Na verdade, esse como outros fenômenos fazem parte do processo evolutivo da humanidade.

O progresso exige sempre uma quota significativa de sofrimento, porque se trata de abandonar hábitos e situações estabelecidas por outros novos.

Dessa forma, é indispensável uma mudança total de pensamento, saindo do pessimismo, do medo e da inquietação através da irrestrita confiança em Deus, porque o Universo não fez a si mesmo, e as leis que o administram são de origem transcendental.

Felizmente, já se apela a Deus, à oração, aos pensamentos elevados que possuem os antídotos capazes de restaurar a saúde dos doentes ao lado das terapias especializadas.

CRÔNICA

A cadeira vazia

Por: Pastor Antônio Júnior

O pai de uma jovem da igreja estava muito doente, por isso, a moça pediu para que seu pastor fosse visitá-lo no hospital. Quando entrou no quarto do enfermo, o pastor se deparou com o idoso deitado na cama, com a cabeça apoiada em dois travesseiros. Ao seu lado direito, havia uma cadeira vazia. Ao ver aquela cadeira vazia ao lado da cama, o pastor pensou que o homem estava esperando a sua chegada. Então ele disse:

- Acredito que o senhor estava me esperando...

Mas o idoso respondeu:

- Na verdade, não. Eu nem sei quem é o senhor. Quem é você?

- Meu nome é Gilmar e eu sou o pastor da sua filha. Foi ela quem pediu para que eu viesse aqui orar pelo senhor e quando me deparei com a cadeira vazia, pensei que soubesse que receberia a minha visita.

Com a voz enfraquecida, o pai da jovem começou a falar:

- Ah, essa cadeira? Ela tem uma história...

- Então me conte, meu amigo! Interrompeu o pastor.

- Eu nunca soube orar em toda a minha vida. Na verdade, eu nunca quis aprender, pois sempre achei que Deus estava muito longe de mim, resolvendo coisas mais importantes. Até que um dia um amigo cristão me falou: “Orar é conversar com Jesus. Quando você quiser falar com Ele, sente-se em uma cadeira e coloque a outra na sua frente. Pense que Jesus está sentado nessa cadeira e, então, comece a conversar”.

Antes que o pastor pudesse falar algo, o senhor continuou:

- Eu gostei muito daquela ideia e, desde então, converso com Jesus durante duas ou três horas por dia. Eu sempre tomo cuidado para ninguém ver, principalmente a minha filha, porque é perigoso ela me internar em um hospício. Brincou ele...

O pastor se simpatizou com aquele homem e eles ficaram conversando por horas. Oraram juntos e o pastor voltou para casa. Três dias depois, a filha do homem doente comunicou que seu pai havia falecido naquela tarde. O pastor, então, lhe perguntou:

- Ele morreu em paz?

A jovem, com os olhos cheios de lágrimas, respondeu:

- Creio que sim, pastor. Creio que ele morreu em paz. Pouco antes de partir, ele me deu um beijo e disse que me amava. Tive que sair do quarto por alguns minutos e, quando voltei, ele já havia falecido. Só uma coisa me deixou intrigada, pastor...

- O que foi, minha filha? 

- O senhor se lembra daquela cadeira que ele insistia em deixar ao lado de sua cama? Então... Ele arrastou para bem perto da cama e morreu com a cabeça encostada nela.

O pastor não conteve o sorriso e disse àquela moça:

- Louve a Deus por isso, menina!

- Por que, pastor?

- Por que ele morreu no colo de Jesus!


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