MINUTINHO
Prece...
Por: Chico Xavier/Emmanuel
“Senhor Jesus, abençoa, por misericórdia, o lar que nos deste ao serviço da oração.
Reúne-nos aqui em teu amor e ensina-nos a procurar-te para que não nos percamos à margem do caminho.
Nos instantes felizes, sê nossa força, para que a alegria não nos torne ingratos e insensíveis.
Nos momentos amargos, sê nosso arrimo, para que a tristeza não nos faça abatidos e inúteis.
Nos dias claros, concede-nos a benção do suor no trabalho digno.
Nas noites tempestuosas, esclarece-nos o espírito para que te entendamos a advertência.
Inclina-nos a pensar sentindo, para que não guardemos gelo no cérebro, e induze-nos a sentir pensando para que não tenhamos fogo no coração.
Ajuda-nos para que a caridade em nossa existência não seja vaidade que dilacere os outros e para que a humildade em nossos dias não seja orgulho rastejante! …
Auxilia-nos para que a nossa fé não se converta em fanatismo e para que o nosso destemor não se transforme em petulância.
Amorável Benfeitor, perdoa as nossas faltas.
Mestre Sublime, reergue-nos para a lição.
E, sobretudo, Senhor, faze que entendamos a Divina Vontade, a fim de que, aprendendo a servir contigo, saibamos dissolver a sombra de nossa presença na glória de tua luz!”
CRÔNICA
O monge e a prostituta
Por: Autoria desconhecida
Vivia um monge nas proximidades do templo de Shiva. Na casa em frente, morava uma prostituta. Observando a quantidade de homens que a visitavam, o monge resolveu chamá-la e aconselhar:
– Você é uma grande pecadora – repreendeu-a. Desrespeita a Deus todos os dias e todas as noites. Será que você não consegue parar e refletir sobre a sua vida depois da morte?
A pobre mulher ficou muito abalada com as palavras do monge; com sincero arrependimento orou a Deus, pedindo perdão. Pediu também que o Todo-Poderoso a ajudasse a encontrar uma nova maneira de ganhar seu sustento. O tempo passou mas ela não encontrou nenhum trabalho diferente daquele. E, depois de uma semana passando fome, voltou a prostituir-se.
Mas, cada vez que entregava o seu corpo a um estranho, arrependida, rezava ao Senhor e pedia perdão. Não havia, por mais que tentasse, outra maneira para sobreviver.
O monge, irritado porque seu conselho não produzira nenhum efeito, pensou consigo mesmo: “A partir de agora vou contar quantos homens entram naquela casa – até o dia da morte desta pecadora”.
E desde esse dia, ele não fazia outra coisa a não ser vigiar a rotina da prostituta: a cada homem que entrava, colocava uma pedra num monte. Passado algum tempo, o monge tornou a chamar a prostituta e lhe disse:
– Vê este monte? Cada uma dessas pedras representa um dos pecados mortais que você cometeu, mesmo depois de minhas advertências. Agora torno a dizer: cuidado com as más ações!
A mulher começou a tremer, percebendo como se avolumavam seus pecados. Voltando para casa, derramou lágrimas de sincero arrependimento, orando:
– Ó Senhor, quando Vossa misericórdia irá me livrar desta miserável vida que levo?
Sua prece foi ouvida. Naquela mesma noite, o anjo da morte passou por sua casa e a levou. Por vontade de Deus, o anjo atravessou a rua e também carregou o monge consigo.
A alma da prostituta subiu imediatamente aos Céus, enquanto os demônios levaram o monge ao inferno. Ao se cruzarem no meio do caminho, o monge viu o que estava acontecendo e clamou:
– Oh, Senhor, essa é a Tua justiça? Eu que passei a minha vida em devoção e pobreza, agora sou levado ao inferno, enquanto essa prostituta, que viveu em constante pecado, está subindo ao Céu?
Ouvindo isso, um dos anjos respondeu:
– São sempre justos os desígnios de Deus. Você, apesar de tanto conhecimento e religiosidade, limitou a vida à observar e condenar o comportamento alheio. Enquanto você enchia seu coração com a impureza desse pecado, esta mulher orava fervorosamente dia e noite, arrependida do comportamento e sem condenar a ninguém. A alma dela ficou tão leve depois de chorar, que podemos levá-la até o Paraíso. A sua alma ficou tão pesada, devido às pedras cumuladas, que não conseguimos fazê-la subir até o alto.
Lembremos: o pior defeito é julgar-se isento de defeitos.