HORROR
Uma carta de socorro: o fio que desvelou o terror de 34 mulheres
Uma carta de socorro: o fio que desvelou o terror de 34 mulheres
Mulher conseguiu entregar bilhete à irmã para denunciar diretor do abrigo por abuso sexual e cárcere privado
Mulher conseguiu entregar bilhete à irmã para denunciar diretor do abrigo por abuso sexual e cárcere privado
Da Redação
Reportagem assinada pela jornalista Beatriz Jucá, do El País, revela fatos chocantes registrados no interior do Ceará.
Em meados do mês passado, policiais bateram à porta de um abrigo particular para mulheres com transtornos mentais em um bairro de classe média do município de Crato e descobriram cenas de um “filme de terror”. A descrição é da delegada da DDM, Kamila Brito, que liderava a equipe.
Trinta e quatro pacientes estavam trancafiadas em celas minúsculas, sem banheiro, construídas no quintal. Com grades no lugar de portas, os cubículos onde dormiam pareciam jaulas.
Pairava no ar um mau cheiro ―provavelmente dos baldes de plástico nos quais elas deveriam fazer suas necessidades fisiológicas durante a noite ou das tigelas com restos de comida e dos porcos criados do outro lado do muro, segundo contam duas mulheres que as resgataram.
Ao menos quatro cães de porte médio circulavam, soltos, pelo local. Todos os dias, às 19h, elas eram trancadas para só serem soltas na manhã seguinte, quando deveriam limpar seus baldes usados como banheiro antes do café.
“Fiquei desesperada. Nunca vi algo como aquilo em 12 anos de polícia. Percebi que elas viviam em cárcere privado. Não era uma ou duas vítimas, eram muitas. Estavam enjauladas”, narra a delegada, perplexa.
A matéria do El País descreve ainda como foi a ação dos policiais quando efetuaram a prisão do diretor do abrigo feminino no Ceará. Confira matéria completa aqui.
https://brasil.elpais.com/brasil/2021-09-15/uma-carta-de-socorro-o-fio-que-desvelou-o-terror-de-34-mulheres-em-carcere-privado-num-abrigo-do-ceara.html
Bilhete escrito por mulher foi fundamental para ação da polícia (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Clínica de repouso mantinha mulheres em "celas" sem banheiros; internas de 30 a 91 anos recebiam farinha no jantar (Foto: Divulgação/Polícia Civil)