TRANSPORTE
Rumo firma contrato para investir R$ 11,2 bilhões em ferrovia estadual de Mato Grosso
Rumo firma contrato para investir R$ 11,2 bilhões em ferrovia estadual de Mato Grosso
O trajeto se conecta à malha ferroviária nacional em direção ao Porto de Santos
O trajeto se conecta à malha ferroviária nacional em direção ao Porto de Santos
Previsão é que obras iniciem no segundo semestre de 2022 - Foto: Reprodução
Da Redação/Novacana
A Rumo Logística firmou contrato com o governo de Mato Grosso nesta segunda-feira, 20, para construir uma ferrovia estadual de 730 km, que demandará investimento de até R$ 11,2 bilhões em até 2030.
O novo trecho vai interligar Rondonópolis e as cidades agrícolas Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, no norte do estado, à capital Cuiabá. O trajeto se conecta à malha ferroviária nacional em direção ao Porto de Santos (SP).
As obras acontecem sob o regime de autorização e devem iniciar no segundo semestre de 2022, de acordo com o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.
O projeto é importante para o escoamento de commodities como soja, milho e farelo para o Porto de Santos, bem como para o transporte de fertilizantes para o norte do estado e de etanol de milho para o Sudeste. O novo trecho também visa acelerar a chegada de diesel e outros produtos necessários para a safra da região, principal produtora de grãos do país.
“Criaremos uma conexão com Cuiabá e com o centro industrial do país, que é São Paulo. Esse mercado interno também passa a ser fomentado”, disse o presidente da Rumo, Beto Abreu, a jornalistas nesta segunda. Além das commodities, ele citou o consumo varejista de carnes congeladas, que saem de contêineres do estado em direção a São Paulo.
A redução da emissão de carbono, o transporte de matérias-primas industriais, além das commodities, e redução de custos no médio prazo foram os principais pontos citados por Mendes ao firmar o contrato com a Rumo.
“Em Lucas [do Rio Verde], já tenho a informação que uma empresa vai anunciar concomitantemente um investimento gigantesco na área de etanol. Por quê? Porque ela já está enxergando a oportunidade de pegar o etanol e transportar isso para os grandes centros de consumo a um custo muito mais barato”, disse.
O contrato com a Rumo, que pertence à Cosan, é de autorização para implantação, operação e exploração privada da ferrovia pelo prazo de 45 anos, com possibilidade de renovação de mais 45 anos para todos os serviços correlatos. Trata-se da primeira ferrovia estadual, sem interferência federal.
O governo de Mato Grosso fez um chamamento público em julho e a empresa logística foi a única interessada. Segundo Mendes, não haverá um real do estado depositado na operação.
Os procedimentos de viabilidade ambiental iniciaram com o governo federal no ano passado, e o processo depois foi transferido para a Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso. De acordo com a Rumo, são quase três anos de trabalho para viabilizar o licenciamento, que precisou garantir que a nova rota não passasse por áreas de proteção ambiental ou reservas indígenas.
A próxima etapa do empreendimento é firmar esse licenciamento, que deve ser finalizado em seis meses. A partir da licença, a empresa tem até seis meses para iniciar as primeiras obras. “Muito provavelmente, no início do segundo semestre de 2022, já teremos obras efetivamente acontecendo na partida de Rondonópolis”, estima o governador.
Um estudo do BNDES prevê que o investimento gere 230 mil empregos diretos e indiretos em uma cadeia extensa, do campo à fabricação de veículos.
Segundo Mendes, há expectativa de que após a implantação da rodovia haja interesse em estendê-la a outros cantos do estado. “Já existem estudos e algumas análises mostrando que poderá ser possível e viável economicamente fazer umas derivações”, disse.
Além da ferrovia, que se chamará Fato (Ferrovia Autorizada de Transporte Olacyr de Moraes), Mato Grosso aguarda o andamento da Ferrogrão, que depende do governo federal. O projeto ferroviário que vai ligar Sinop (MT) à Miritituba, distrito de Itaituba (PA), está parado devido a uma liminar concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por questões ambientais.
Fonte: novacana.com