O doente grave

O doente grave

Uma história do "Irmão X"

Uma história do "Irmão X"

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Legendas do obreiro da verdade

Por: Emmanuel/Chico Xavier

Compreender que as necessidades e as esperanças dos outros são fundamentalmente iguais às nossas.

Auxiliar sem exigir que o beneficiado nos tome as ideias.

Reconhecer que a Divina Providencia possui estradas inúmeras para socorrer as criaturas e iluminá-las.

Aprender a tolerar com paciência as pequenas humilhações, a fim de prestar os grandes testemunhos de sacrifício pessoal que a Causa da Verdade lhe reclamará possivelmente algum dia.

Esquecer-se pela obra que realiza.

Guiar-se pela misericórdia e não pela critica.

Abençoar sem reprovar.

Construir ou reconstruir, sem ofender ou condenar.

Trabalhar sempre sem o propósito de ser ou parecer o maior ou o melhor ante os demais.

Cultivar ilimitadamente a cooperação e a caridade. Coibir-se de irritação e de azedume.

Agir sem criar problemas.

Observar que sem a disciplina individual no campo do bem, a prática do bem se faz impossível.

Respeitar a personalidade dos companheiros.

Encontrar ocasião para atender à benção da prece.

Deter-se nas qualidades nobres e olvidar as prováveis deficiências do próximo.

Valorizar o esforço alheio. Nunca perder tempo.

Apagar inimizades ou discórdias através da desculpa fraterna e do serviço constante que devemos uns aos outros.

Criar oportunidades de trabalho para si, ajudando aos outros no sentido de descobrirem as oportunidades de trabalho que lhe digam respeito à capacidade e às possibilidades de realização, conservando em tudo a certeza inalterável de que toda pessoa é importante na edificação do Reino de Deus.

CRÔNICA

O doente grave

Por: Irmão X (Adaptação)

Uma alma atormentada de mãe, conduzida ao Céu, em suas visões do Paraíso, chegou a um anjo solícito.

– Anjo amigo – suplicou –, sou mãe de dois filhos. Rogo para ambos as bênçãos de Deus, mas venho pedir por um deles que se encontra gravemente enfermo, entre a morte e a vida, pois todo o meu carinho e os recursos médicos têm sido ineficazes. 

O emissário das Esferas Superiores pensou e interrogou:

 – Qual de teus dois filhos se encontra mais unido a Deus?

– Meu pobre filhinho doente – respondeu –, pois que medita na grandeza do Pai Celeste, dia e noite. 

– E o outro? – indagou o mensageiro divino.

– Esse – esclareceu a mãe –, é um homem feliz nos negócios do mundo. Como é favorecido da sorte, parece não sentir necessidade de procurar o socorro da Providência Divina.

– Qual deles entende a sublime significação do trabalho? – interpelou o emissário novamente.

– O enfermo, atirado à imobilidade, guarda profunda compreensão, com respeito às virtudes excelsas do espírito de serviço. 

– E o outro?

– Não conhece o radioso convite da manhã, porque se levanta do leito demasiado tarde, nos hotéis de luxo, e permanece estranho às bênçãos da noite em mesas opíparas e extravagantes.

– Qual deles percebe o imperativo de confraternização com os homens, nossos irmãos? – indagou o anjo bondoso

– O que está preso à enfermidade recebe os amigos de qualquer posição social. Emociona-se com a menor gentileza e até mesmo para com aqueles que, em outro tempo, lhe foram inimigos ou perseguidores.

– E o outro?

– Os favores do mundo isolam-lhe a personalidade, a distância dos júbilos domésticos, em rodas restritas e fantasiosas onde rolem fortunas iguais à dele. Assediado pelos empenhos do mundo social, nunca encontra tempo necessário para sondar os sentimentos afetivos dos companheiros que o Céu lhe enviou.

O anjo atento passou a refletir, com grande interesse, e arguiu de novo: 

– Para qual deles rogas a bênção de Deus?

– Em favor do pobrezinho que agoniza no leito.

O enviado da Providência fixou-a com extrema bondade e concluiu, com sabedoria:

– Volta à Terra e reconsidera as atitudes do teu carinho! O enfermo do corpo vai muito bem; já entende a necessidade de união com o Divino Pai. Renova, pois, os votos de tuas preces ardentes, porque o doente grave é o outro.

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