Com os dias contados? Pressão cresce por rescisão de contrato; imagem registra o início dos serviços da Central Park na concessão da Área Azul, em dezembro de 2018 - Foto: João Leonel/Arquivo-2018

João Leonel

A concessão onerosa de exploração do estacionamento rotativo em Fernandópolis insiste em permanecer no centro das discussões na cidade. O assunto é um só: até quando a Central Park ficará no comando da Área Azul?

Logo que assumiu os serviços, nas primeiras semanas de dezembro de 2018, a Central Park teve que recuar na cobrança indevida que realizou, durante 10 dias, de idosos e deficientes: não estava respeitando a isenção nas referidas vagas, que era de “1 hora de tolerância”.

Jogando a responsabilidade sobre a prefeitura, a correção veio após o Ministério Público confirmar que iria analisar a situação. Resultado: foi, devidamente, concedida a isenção, não somente de 1 hora de gratuidade nas vagas reservadas para idosos e deficientes, mas de 2 horas. 

Agiram rápido, mas o caso deixou o Executivo Municipal muito próximo de ser denunciado por improbidade administrativa. A gratuidade de 2 horas afastou uma possível ação de má fé contra o prefeito André Pessuto.  

Atrasos nos repasses mensais e também nas multas geradas pelos atrasos são constantes nesses quase 3 anos de Central Park.

Com duras críticas, vereadores apostam na possibilidade da empresa de Mogi Mirim deixar a cidade: pedem a rescisão de contrato. E a pressão cresce sobre a prefeitura.

Por sua vez, o prefeito André Pessuto afirma que não tomará nenhuma decisão sem embasamento jurídico.

“O que não farei é deixar a prefeitura com a possibilidade de acumular precatórios para futuras gestões. Se o contrato for rescindido e a Central Park recorrer à Justiça, em processo que poderá tramitar durante anos, futuramente, se a empresa ganhar a ação, o município terá que arcar com um valor muito alto, e esse risco não correrei”, declarou Pessuto.

SIM!

A reportagem entrou em contato com a Serbet - Sistema de Estacionamento Veicular do Brasil, empresa que ficou em segundo lugar na licitação da Área Azul.

Com sede em Joinville e atuação em 24 cidades, a Serbet confirmou interesse em assumir a exploração dos serviços em Fernandópolis.

“Temos interesse, sim. Fernandópolis é uma cidade importante em sua região e iremos analisar essa possibilidade. Evidente que teremos que realizar novos estudos, viabilizar novos levantamentos, mas, com certeza, é uma oportunidade que nos interessa muito”, declarou representante da empresa.

A Valid (vlid3) adquiriu a Serbet, por R$ 4,9 milhões, em maio de 2020, ampliando sua presença no ramo de Estacionamento Digital, contando com novo serviço em seu portfólio de Cidades Inteligentes, que teve início em São Caetano do Sul.

Vale lembrar que a Central Park venceu a concorrência pública pela Área Azul, em certame marcado por pedidos de impugnações durante meses, com uma proposta de repasse mensal de 35,99% da arrecadação total à prefeitura de Fernandópolis. A Serbet figura na segunda colocação da licitação com uma proposta de 35,35%.