CONTRADIÇÕES
DRE nega frequência de alunos com casos suspeitos de Covid no Saturnino
DRE nega frequência de alunos com casos suspeitos de Covid no Saturnino
Pais estão preocupados após os filhos relatarem que “alunos com síndrome gripal continuaram frequentando aulas”
Pais estão preocupados após os filhos relatarem que “alunos com síndrome gripal continuaram frequentando aulas”
Casos suspeitos de Covid-19 na Escola Saturnino serão investigados pelo vereador Murilo Jacob
João Leonel
Dois alunos do ensino fundamental da Escola Estadual “Saturnino Leon Arroyo”, de período integral, apresentaram recentemente sintomas de síndrome gripal. Ambos estão afastados do colégio.
Mesmo com suspeita de Covid-19, teriam, segundo informações repassadas ao vereador Murilo Jacob por pais de outros estudantes, frequentado as aulas por alguns dias. A Diretoria Regional de Ensino nega.
Um dos alunos com suspeita de ter contraído coronavírus, do 6º Ano, tem um irmão, do 7º Ano, que está comparecendo normalmente às aulas. A Diretoria Regional de Ensino confirma esta informação.
Murilo Jacob declarou à reportagem que investiga o caso.
“Fui procurado e me passaram esse fato. Vou apurar as informações”, disse o vereador.
O caso de uma professora de Educação Física do Saturnino, internada há mais de dois meses com Covid-19 na UTI da Santa Casa, deixa os pais dos alunos ainda mais apreensivos.
INTERAÇÃO ENTRE QUASE 200 ALUNOS
Se os alunos testarem positivo, um surto de Covid-19 pode ocorrer na escola. Nas salas de aula há cerca de 30 alunos. No horário de entrada, saída e intervalo, são aproximadamente 200 estudantes que mantêm contato e interagem no período do ensino fundamental, que vai das 7h às 14h.
O Saturnino tem também aulas de ensino médio, em período integral, das 14h às 21h.
Surtos já aconteceram em Fernandópolis, levando à suspensão de aulas e até ao fechamento temporário de várias escolas.
Ao registrar casos suspeitos, identificados como síndromes gripais, a orientação é não permitir a presença no ambiente escolar, seja aluno, professor ou demais funcionários.
APÓS REPERCUSSÃO
Com ampla repercussão alcançada pela matéria publicada no site do “Extra.net” nesta quinta-feira (28), a Diretoria Regional de Ensino emitiu um ofício sobre o assunto após contato da Secretaria Municipal da Saúde.
A reportagem teve acesso ao ofício da DRE. Os nomes dos alunos, que constam no documento, não serão publicados.
Confira:
“Em contato com a mãe do aluno* matriculado nesta U.E (6º Ano B), a mesma nos relatou que ele se encontra em total isolamento domiciliar inclusive, dos demais membros da família mediante atestado médico, constando 10 dias de afastamento a partir de: 22/10/2021. Sendo que o último dia que esteve presente na Unidade Escolar foi em 19/10/2021. (Aguardando resultado de exame para COVID 19).
Seu irmão* também estuda nesta Unidade Escolar no 7º Ano, e está frequentando as aulas normalmente, devido nos apresentar exame para COVID 19 com resultado negativo, na data de 08/10/2021.
Informo ainda que a aluna* do 6º Ano C, encontra-se afastada em isolamento domiciliar no período de 25/10 a 31/10/2021, conforme atestado médico. A mesma esteve presente na Escola pela última vez, em 22/10/2021. (Aguardando resultado de exame para COVID 19).”
PAIS TÊM VERSÃO CONTRÁRIA DA DRE
Em contato com a reportagem, um pai de aluno do Saturnino, não terá o nome revelado, enviou a seguinte mensagem via WhatsApp: “Os 2 alunos agora estão afastados, mas estavam frequentando as aulas normalmente (...) ninguém, nem alunos ou funcionários haviam sido informados (...) Só depois de questionado e cobrado seriamente o diretor resolveu falar sobre o assunto (...) Sem palavras pra dizer o que a gente pensa de tudo isso, é brincar com a vida de todos”.
IRMÃO DEVERIA CONTINUAR FREQUENTANDO A ESCOLA?
A própria Diretoria Regional de Ensino assume que o irmão, do 7º Ano, de um dos alunos com suspeita de Covid, continua frequentando a escola. Um exame com data de 8 de outubro é usado pela DRE como “salvo-conduto” à decisão de permitir a presença dele em ambiente escolar: conviveu durante 12 dias com o irmão que parou de ir à escola após sintomas de síndrome gripal.
O exame para Covid-19 não deveria ser realizado pelos dois alunos? O aluno do 7º Ano deveria, ou não, ter refeito o exame para Covid-19?
À reportagem não foram confirmados os resultados dos exames até a conclusão desta matéria.
VEJA AS ORIENTAÇÕES DO GOVERNO DE SÃO PAULO PARA CASOS COMO O REGISTRADO NO SATURNINO, PUBLICADAS PELA PRÓPRIA SEDUC – SECRETARIA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO:
“Orientar as famílias a comunicarem às unidades escolares a situação de saúde, tanto do estudante quanto de seus familiares no que diz respeito à pandemia de Covid-19. São informações relevantes: O estudante ou algum familiar contraiu a Covid-19? O estudante teve contato com indivíduo suspeito ou confirmado, por meio de testes laboratoriais, de ter contraído a Covid-19? Algum familiar ou o próprio estudante apresenta algum sintoma característico de Covid-19? MONITORAMENTO E GESTÃO DE RISCOS: Não permitir a entrada de pessoas sintomáticas para Covid-19 na escola. No caso de menores de idade, pais ou responsáveis devem ser comunicados para buscar o estudante, que deve aguardar em sala isolada e segura. Orientar as famílias a procurar o serviço de saúde; Se houver mais de um estudante sintomático, respeitar o distanciamento de 1m e mantê-los na sala isolada e segura. Após a desocupação da sala, mantê-la arejada, com portas e janelas abertas, sem ocupação por 2 horas, para possibilitar a dissipação da aerossolização; Registrar as informações do caso suspeito e/ou confirmado no Sistema de Informação de Monitoramento da Educação de Covid-19-SIMED. Os estudantes e profissionais da educação que apresentarem sintomas deverão ser orientados a: Buscar uma Unidade de Saúde para orientações sobre avaliação e conduta; Manter isolamento domiciliar, conforme prescrição médica. Após este período, o estudante ou o profissional da educação poderá voltar às atividades presenciais; Estudantes e profissionais de educação cujo diagnóstico de Covid-19 foi negativo podem voltar imediatamente às atividades; Se um estudante testar positivo para Covid-19, todos os estudantes da turma a qual pertence deverão ficar em isolamento por 14 dias e não frequentar a escola; Nos casos na qual só há suspeita, a turma poderá frequentar a escola, pois há outras infecções respiratórias que se assemelham aos sinais e sintomas de Covid-19; Se um professor ou outro servidor ou estudante testar positivo para Covid-19, rastrear todas as pessoas dentro da escola que estiveram a menos de um metro deste servidor por pelo menos 15 minutos, no Sistema de Informação de Monitoramento da Educação de Covid-19-SIMED. Os casos suspeitos poderão retornar às suas atividades laborais presenciais antes do período determinado de afastamento quando tiverem um exame laboratorial descartando a Covid-19, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde e estiverem com melhora dos sintomas após 72 horas.”