Dentro da Luta

Dentro da Luta

Não supliques a extinção das dificuldades. Procura meios de superá-las

Não supliques a extinção das dificuldades. Procura meios de superá-las

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Dentro da luta

Por: Chico Xavier/Emmanuel

“Não peço para que os tires do mundo, mas que os livre do mal.”  

Jesus (João, 17:15)  

Não peças o afastamento de tua dor. 

Roga forças para suportá-la, com serenidade e heroísmo, a fim de que lhe não percas as vantagens do contato. 

Não solicites o desaparecimento das pedras de teu caminho. 

Insiste na recepção de pensamentos que te ajudem a aproveitá-las. 

Não exijas a expulsão do adversário. 

Pede recursos para a elevação de ti mesmo, a fim de que lhe transformem os sentimentos.  

Não supliques a extinção das dificuldades. 

Procura meios de superá-las, assimilando-lhes lições. 

Nada existe sem razão de ser. 

A Sabedoria do Senhor não deixa margem à inutilidade. 

O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma, tanto quanto a tempestade tem o seu lugar importante na economia da natureza física. 

A árvore, desde o nascimento, cresce e produz, vencendo resistências.  

O corpo da criatura se desenvolve entre perigos de variada espécie. 

Aceitemos o nosso dia de serviço, onde e como determine a Vontade Sábia do Senhor.

Apresentando os discípulos ao Pai Celestial, disse o Mestre: — “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” 

A Terra tem a sua missão e a sua grandeza; libertemo-nos do mal que opera em nós próprios e receber-lhe-emos o amparo sublime, convertendo-nos junto dela em agentes vivos do Abençoado Reino de Deus.  

Dever cristão

Por: Hilário Silva

Rossi e Alves eram diretores de conhecido templo espírita e davam-se muito bem na vida particular. 

Afinidade profunda. Amizade recíproca. Sempre juntos nas boas obras, integravam-se perfeitamente no programa do bem. 

Alves, com desapontamento, passou a saber que Rossi, nas três noites da semana sem atividades doutrinárias, era visto penetrando a porta de uma casa evidentemente suspeita, lugar tristemente adornado para encontros clandestinos de casais transviados. 

Persistindo semelhante situação por mais de um mês, Alves, certa noite, informado de que o amigo entrara na casa referida, veio esperá-lo à saída. 

Dez, onze, meia-noite... 

Alguns minutos depois de zero hora, Rossi saiu calmo e o amigo abordou:

- Meu caro – advertiu Alves, sisudo – não posso vê-lo reiteradamente neste lugar. Você é casado, pai de família e, além de tudo, carrega nos ombros a responsabilidade de mentor em nossa Casa. Nada podemos condenar, mas você não ignora que álcool e entorpecentes, aí dentro, andam em bica... 

Rossi coçou a cabeça num gesto característico e observou: 

- Não há nada. Estou apenas cumprindo um dever cristão. 

- Dever cristão? 

- Sim, a filha de um dos meus melhores amigos está frequentando este círculo. Jovem inexperiente. Ave desprevenida em furna de lobos. Enganada por lamentável explorador de meninas, acreditou nele... Mas a batalha está quase ganha. Convidei-a a pensar. Há mais de um mês prossegue a luta. Hoje, porém, viu com os próprios olhos o logro de que é vítima. Acredito que amanhã surgirá renovada... 

E ante os olhos desconfiados do amigo: 

- Você sabe. É preciso agir, sem rumor, sem escândalo. Quem sabe? Talvez em futuro próximo a invigilante pequena possa encontrar companheiro digno. E ser mãe respeitada. 

 Alves riu-se às pampas, de maneira escarninha, e falou: 

- Vou ver se é verdade. 

- Não, não! Não vá! – pediu Rossi, em suplica ansiosa. 

- Tem medo de ser apanhado em mentira? – disse Alves, com a suspeita no rosto. 

E sem mais nem menos entrou casa adentro encontrando, num pequeno salão, sua própria filha chorando ao pé de um cavalheiro desconhecido...


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