ARTE
Grafite vira estratégia para evitar pichações em residências em Fernandópolis
Grafite vira estratégia para evitar pichações em residências em Fernandópolis
Desenhos autorizados nas fachadas de casas ajudam a desestimular os pichadores na zona leste
Desenhos autorizados nas fachadas de casas ajudam a desestimular os pichadores na zona leste
No Coester, para evitar pichações, quem já teve o muro devidamente grafitado garante que a estratégia funciona
Breno Guarnieri
Moradores no bairro Coester, zona leste de Fernandópolis, têm apelado para uma estratégia até então pouco convencional para coibir as pichações nos muros das residências. Os espaços estão sendo "entregues" para grafiteiros que, devidamente autorizados, dão vazão à imaginação e habilidade nos sprays sem correr o risco de transgredirem a lei.
A professora Marcela Menezes, 38 anos, moradora há 10 anos no bairro em questão, já perdeu as contas de quantas vezes pagou para pintar o muro e o portão da casa onde vive com a família. Nem mesmo a cor marrom escura afastou os pichadores. No entanto, há vários anos, não há mais palavrões, protestos ou rabiscos. O vandalismo deu lugar à arte.
A Estratégia Funciona
De acordo com Marcela, o seu marido teve a ideia de contratar alguns grafiteiros para desenvolver um “trabalho de arte” no muro de sua residência. “Estávamos cansados de lutar contra os pichadores. Em um determinado dia, encontramos e perguntamos aos meninos (grafiteiros) o que precisava fazer para que o vandalismo no muro da nossa casa acabasse. Aí surgiu a ideia do grafite. Confesso que não conhecia muito bem a arte, mas como eu e meu marido somos jovens, adoramos a ideia”, destaca.
A arte, que ilustra as paredes da casa de Marcela, não é a única pelo Coester. Pelo contrário, a reportagem de O Extra.net percorreu algumas quadras do bairro e encontrou outra moradora que tem apostado no grafite na luta contra a pichação.
Há um ano e meio, a vendedora Verônica Almeida, 39 anos, contratou um grafiteiro para acabar com as pichações no muro de sua residência. "Foi uma experiência muito positiva. Desde então, não picharam mais nada em cima", salienta.
Polícia
De acordo com a Polícia, a ideia de evitar a pichação pelo grafite é válida, uma vez que de acordo com a lei, praticar dano contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural é crime, conforme as diretrizes da Lei 9.605 de 1998 (crimes ambientais), do Código Penal. A pessoa, de acordo com a conduta adotada durante a “ação de pichar” infringirá os artigos 62 a 65 da referida lei.
Ainda segundo informações da Polícia, quem for pego pichando monumentos ou coisa tombada em virtude do seu valor histórico, artístico e arqueológico será autuado em flagrante e processado. Caso for condenado, o autor pegará uma pena de 6 meses a 1 ano de detenção. A pessoa também estará submetida ao pagamento de multa.