ARTIGO

COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS: CRER NA RESSURREIÇÃO

COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS: CRER NA RESSURREIÇÃO

Por Vitor Rafael, Seminarista da Diocese de Jales e estudante do 3º ano de Teologia

Por Vitor Rafael, Seminarista da Diocese de Jales e estudante do 3º ano de Teologia

Publicada há 2 anos

Ao adentrarmos ao mês de novembro, o calendário civil dispõe o dia 02 como o de “Finados”. Para a Igreja Católica, esse dia é assim denominado como comemoração dos Fiéis Defuntos ao qual dedica-se inteiramente para rezarmos por aqueles que, pela fé, estão na glória do Senhor.

Mas por qual motivo somos convidados a rezar pelos mortos? Segundo o Cardeal Dom Orani Tempesta, rezar pelos falecidos é “uma expressão de amor que temos por eles. Por meio das nossas preces, os ajudamos a se decidirem por Deus”, logo conquistar a salvação. E não somente a deles, mas a nossa também. Rezando pelos mortos não nos comunicamos com eles, mas fazemos a nossa comunhão de irmãos. Afinal: somos todos partícipes do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja (Cf. LG 49). Essa mesma Igreja que é peregrina na terra e que caminha para o Reino dos céus. Entretanto, para chegar lá se faz necessário crer em Jesus Cristo, no Seu Evangelho e na Sua Igreja. 

O próprio Filho de Deus assim afirmou: “Quem crê em Mim, mesmo que morra, viverá” (Cf. Jo 11, 25). Percebemos, portanto, que a nossa vida é um sopro e será a nossa fé a via de acesso para angariar a nossa salvação. Essa salvação é a própria ressurreição já prometida por Cristo. Quando Ele soube do falecimento do seu grande amigo Lázaro, ao chegar à casa, se depara com o desconsolo de sua irmã Marta. Questionado por ela sobre a Sua presença e ao mesmo tempo a vida do ente falecido, Jesus assim afirma, consolando-a, que Ele é a Ressurreição e a vida e ao mesmo tempo promete que Lázaro irá ressuscitar na ressurreição do último dia. Na alegria de ser confortada, Marta proclama a sua fé, dizendo: “Eu creio firmemente, Senhor, que tu és o Messias, o Filho de Deus que devia vir a este mundo”.

O episódio de Lázaro remonta a nossa vida cristã e daqueles que já padeceram e ao mesmo tempo ascende em nós as lâmpadas da fé para que continuemos firmes em nossa vida, apesar de termos a irmã morte – assim chamada por São Francisco – como companheira nossa.

Rezar pelos entes falecidos é também uma obra de Misericórdia e quem o faz, alcança indulgências. Somos, pois, impelidos sempre pela Igreja com os que estão falecidos, alcançarmos as graças que vem de Deus.

Com isso, neste dia da Comemoração dos Fiéis defuntos, busquemos praticar a piedade popular nos dirigindo até os cemitérios, acendendo velas aos falecidos e ofertando-lhes flores, mas sobretudo, participando da Celebrações Eucarísticas na qual recordamos o mistério da vida: Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Que ao comemorar todos Fiéis defuntos seja um momento de esperanças e que nossas lágrimas sejam as da consolação para que um dia, com os nossos entes queridos que já partiram, também possamos todos descansar no Reino dos Céus. Por isso, supliquemos ao Senhor: Santos de Deus, vinde em nosso auxílio; Anjos do Senhor, receba-nos um dia na glória eterna; Cristo, Nosso Salvador, acolha-nos na presença do Altíssimo, amém!

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